A Cartografia como ferramenta para identificação de potenciais áreas de expansão da infecção por Trypanosoma cruzi em Didelphis aurita na Mata Atlântica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Souza, Raphael Testai de
Orientador(a): Xavier, Samanta Cristina das Chagas
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/49197
Resumo: Embora a Modelagem de Nicho Ecológico seja muito utilizada para modelar a distribuição potencial de animais no espaço ambiental e projetar no espaço geográfico, raramente é direcionada ao estudo de seus parasitas. O parasitismo é um fenômeno que envolve uma interação ecológica entre espécies distintas e acontece em um determinado ambiente. O hospedeiro sofre pressão seletiva pelas condições ambientais e, sendo este o ambiente do parasita, sobre este exerce mesmo tipo de pressão. A transmissão de Trypanosoma cruzi na Mata Atlântica é um bom exemplo dessa complexidade. Assim, torna-se necessário abordagem espaço ambiental para compreensão da tríade parasito/hospedeiro/ambiente. Didelphis aurita é endêmico do bioma Mata Atlântica, é uma espécie generalista, se adaptando bem a locais com altos índices de ação antrópica. É considerada uma das espécies hospedeiras ancestrais sendo capaz de manter todos os genótipos de T. cruzi, parasita caracterizado por sua extrema heterogeneidade genética. O objetivo foi modelar a distribuição de D. aurita e a infecção por T. cruzi, utilizando a potencial distribuição das espécies vetoras Triatoma vitticeps e Panstrongylus megistus como variável biótica, predizendo suas áreas de ocorrência na Mata Atlântica. Foram utilizados registros de ocorrência de D. aurita com e sem infecção por T. cruzi na Mata Atlântica através de abordagens climática e paisagem e analisados pelo método Ecoland. Foram gerados modelos para seis situações: 1) T. vitticeps, 1) P. megistus, 2) D. aurita e 2) D. aurita infectado por T. cruzi. Variáveis climáticas e de paisagem foram utilizadas na resolução de ~1km², selecionadas pela correlação de Pearson [-0.7 \2264 \03B1 \2264 0.7]. Foi utilizado o método k-fold Cross-validation, com algoritmos: Bioclim, Maxent, Random Forest, Domain, Boosted Regression Trees, Generalized Linear Model, Distância de Mahalanobis e Support Vector Machine. True Skill Statistic foi utilizado para comparação da performance entre modelos, valores \2265 0.7. Altos valores de adequabilidade climática, paisagem e potencial presença de T. vitticeps e P. megistus de uma determinada região foram consideradas condições necessárias, mas não suficiente, para a presença de D. aurita infectado por T. cruzi; Ecoland permitiu verificar que D. aurita apresenta diferentes graus de impacto em seu papel no ciclo enzoótico pela sua infecção por T. cruzi em diferentes localizações da Mata Atlântica. Associar modelo preditivo ao método Ecoland permitiu reconhecimento de áreas onde D. aurita desempenhava o papel de reservatório no ciclo enzoótico de T. cruzi