Avaliação sorológica e epidemiológica para hepatite C dos doadores de sangue do Hemocentro Regional de Uberaba.
Ano de defesa: | 2006 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Patologia Geral BR UFTM Programa de Pós-Graduação em Patologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://localhost:8080/tede/handle/tede/26 |
Resumo: | Mesmo após o desenvolvimento e utilização pelos bancos de sangue no Brasil dos testes ELISA de terceira e quarta geração para a detecção do anti-HCV, que apresentam alta sensibilidade em relação aos testes de segunda geração, a especificidade dos testes ainda permanece aquém do desejado. Devido a isso, a triagem sorológica para hepatite C utilizando técnicas imunoenzimáticas pode apresentar reações falso-positivas fazendo com que indivíduos saudáveis tenham que lidar com o estigma de um teste supostamente reagente, podendo comprometer as relações sociais e interferir com as funções diárias até o seu esclarecimento diagnóstico. Tal situação também leva a grande descarte de bolsas de sangue, com perdas financeiras para o Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo de nosso trabalho foi determinar, com base no teste confirmatório, a ocorrência de sorologia positiva para hepatite C, no Hemocentro Regional de Uberaba (HRU) e ainda: conhecer o perfil sorológico para a hepatite C, comparar a sua ocorrência em doadores iniciais e de retorno, analisar as características demográficas e sociais do doador em geral, comparando-as com as dos doadores inaptos por sorologia positiva ou indeterminada para o vírus da hepatite C (HCV) e comparar alterações nos níveis séricos de transaminase glutâmico-pirúvica (TGP) nos doadores aptos e nos inaptos para hepatite C. O trabalho foi realizado a partir do levantamento dos históricos dos doadores nos arquivos do HRU e dos prontuários destes no Hospital Escola (HE) da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), nos quais constavam as consultas ao ambulatório de hepatites a que foram encaminhados. Na análise estatística, foi utilizado o teste exato de Fischer ou Qui-quadrado para a comparação entre os grupos e o teste Mc Nemar para a comparação entre os testes de triagem e confirmatório. Os resultados foram considerados significantes quando a probabilidade de rejeição da hipótese de nulidade foi menor do que 5% (p<0,05). No período de novembro de 1992 a dezembro de 2005 foram realizadas 171027 doações de sangue no Hemocentro Regional de Uberaba, das quais 561 apresentaram sorologia não negativa para hepatite C, com prevalência global de 0,33%. Observamos quantidade significativamente maior de doadores novos entre aqueles com inaptidão sorológica para o HCV, o que também foi observado nos candidatos do sexo masculino. Não encontramos diferenças estatisticamente significantes entre os grupos quanto à idade, cor, estado civil e procedência. A avaliação bioquímica por meio da dosagem da TGP evidenciou número significativamente maior de níveis aumentados desta no grupo de inaptos em relação ao grupo controle e níveis ainda mais marcantes naqueles com PCR positiva. Além disso, quando estratificados em doadores iniciais e de retorno, observamos que esse índice foi significativamente maior nos doadores de primeira vez tanto no grupo controle quanto no grupo de inaptos. Dos candidatos com sorologia não negativa, 24,14% (98) foram submetidos a exames confirmatórios pela reação em cadeia da polimerase (PCR), sendo que destes, apenas 34,69% (34) apresentaram resultados positivos.Assim, observamos que um número significativo de doadores inaptos sorológicos, tanto anti-HCV positivos quanto indeterminados, não tiveram confirmada a presença da infecção pelo HCV, concluindo que a inaptidão sorológica para hepatite C no HRU, na maioria das vezes, não corresponde à presença de infecção viral do doador. Selecionar um teste de triagem com o máximo de especificidade (sem comprometer a sensibilidade) e implantar algoritmos e métodos confirmatórios mais seguros diminuiria o número de doadores com reações falso-positivas, evitando assim decorrências indesejáveis aos serviços de hemoterapia e aos doadores de sangue. |