Conjugalidade e parentalidade em casais do mesmo sexo com filhos por adoção: contribuições da transmissão psíquica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: MATA, Joziana Jesus da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1388
Resumo: A partir da consideração da influência que a família de origem pode exercer na construção das práticas conjugais e parentais, o que pode ser compreendido a partir da noção de transmissão psíquica, o objetivo geral desta Dissertação foi compreender as experiências conjugais e parentais de casais do mesmo sexo, com filhos por adoção, a partir dos elementos de transmissão psíquica entre gerações. Esta Dissertação foi dividida em dois estudos, um de caráter teórico e outro empírico. O Estudo 1 teve por objetivo apresentar uma revisão integrativa acerca das experiências da conjugalidade e da parentalidade por casais do mesmo sexo em comparação a casais heterossexuais. A partir de uma busca empreendida nas bases/bibliotecas LILACS, PubMed, PePSIC, PsycINFO e SciELO (2007-2018), foram recuperados 23 estudos. Evidenciou-se que as maiores diferenças aparecem no modo como a sociedade percebe os casais do mesmo sexo, havendo ainda muitos preconceitos e estigmas que desqualificam outros padrões familiares dissidentes dos considerados tradicionais e heteronormativos. O Estudo 2 teve por objetivo investigar os elementos de transmissão psíquica presentes em casais do mesmo sexo com filhos por adoção. A partir da metodologia de casos múltiplos, foram entrevistados três casais de homossexuais com filhos com idades variando de um a 11 anos. A análise evidenciou que as relações conjugais dos participantes parecem se diferenciar em termos dos modelos aprendidos/vivenciados com os próprios pais. Já a parentalidade parece se remeter aos comportamentos e práticas parentais experienciados ao longo da vida. A família de origem foi reconhecida como importante influência em termos do desejo de constituir uma família e para balizar as práticas parentais. Pode-se concluir que as experiências conjugais e parentais desses casais remontam aos processos psíquicos apreendidos e corporificados nas famílias desses cônjuges, operando, ao mesmo tempo, movimentos de permanência em relação às famílias de origem e tentativas de ruptura em busca de modelos mais adaptativos e com maior proximidade afetiva entre pais e filhos. No domínio da conjugalidade, a ruptura em relação às famílias de origem deu-se não apenas em termos de uma escolha amorosa não tradicional, mas também na necessidade de investimento constante na dimensão do casal, ainda que a parentalidade venha apresentando demandas crescentes a esses pais/mães. Assim, em comparação com a parentalidade, a conjugalidade foi alvo de maiores mudanças em relação à família de origem. Sugere-se que os estudos vindouros possam acompanhar essas famílias, sobretudo o desenvolvimento dos filhos diante dos processos de parentalidade e conjugalidade de seus pais/mães.