Vivências de idosos com sintomas depressivos e as relações de cuidado dos familiares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: GRANERO, Gabriela Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1352
Resumo: O avanço da medicina e das tecnologias proporcionaram o aumento da expectativa de vida e a crescente proporção da população com mais de 60 anos no Brasil. Pesquisas realizadas em contexto nacional e internacional recentemente apontam a existência de idosos com sintomas depressivos, evidenciando a necessidade de questionamentos em relação aos fatores que têm influenciado o adoecimento dessa população. Outra questão que merece atenção diz respeito ao fato de que, nos últimos anos, após a reforma psiquiátrica, observa-se que idosos têm passado mais tempo com familiares o que pode acarretar sobrecarga nos cuidadores que se encontram sem respaldo de intervenções psicossociais e educativas. Observam-se dois dilemas na atualidade: o primeiro refere se a um grande número de idosos com sintomas depressivos, e o segundo diz respeito ao familiar cuidador que tende a adoecer devido à dedicação ininterrupta, o que ocasiona sobrecarga e problemas psicológicos derivados da relação de cuidado. Esse projeto de Dissertação foi realizado a partir de dois estudos empíricos, distintos, mas que dialogam entre sim, e tem como objetivo geral: conhecer as vivências de idosos com indicativo de sintomas depressivos frente ao envelhecimento e compreender as relações de cuidado dos familiares. Os dois estudos são exploratórios, com delineamento transversal e de abordagem clínico-qualitativa. Foi utilizado o método de amostragem por variedade de tipos, proposto por Turato, no qual os indivíduos são escolhidos segundo o interesse científico do pesquisador e selecionados por meio do critério da homogeneidade fundamental. Com relação ao tamanho da amostra do primeiro estudo entrevistaram-se três idosos com sintomas depressivos, no segundo estudo, foram entrevistados os três familiares cuidadores dos idosos que participaram da primeira pesquisa. Para a realização da coleta de dados, foi utilizado dois roteiros de entrevistas abertos com questões norteadoras: uma realizada com os idosos e outra com os familiares cuidadores, no primeiro estudo foi aplicado os instrumentos validados para a população brasileira: Mini-Exame do Estado Mental – MEEM, Escala Geriátrica para Depressão abreviada – EGD-15, aplicados em 23 idosos de duas UBS de uma cidade do interior de Minas Gerias. No entanto, foram selecionados apenas três idosos classificados respectivamente com sintomas depressivos: leve, moderado e grave. Em ambos os estudos, os dados foram organizados por meio da análise de conteúdo temática, proposta por Turato. No primeiro estudo, foram elencadas três categorias temáticas, intituladas: envelhecimento e desamparo: perdas simbólicas e concretas, o sentido dos sintomas e a singularidade do sofrimento psíquico, sublimação: um espaço de vazão da dor. No segundo estudo, emergiram três categorias: cuidador suficientemente bom e a possibilidade de um ambiente facilitador aos idosos com sintomas depressivos, o familiar cuidador e o fortalecimento da autonomia durante o envelhecimento; sobrecarga subjetiva e a necessidade de implementação de políticas públicas aos cuidadores informais. Conclusão: As idosas com sintomas depressivos eram mulheres, viuvas, aposentadas, vivenciaram eventos traumático durante a infância, morte de entes queridos, solidão, sintomas psicossomáticos, isolamento social e baixa condição socioeconômica. Os familiares cuidadores primários encontrava-se em condição de vulnarabilidade social e emocional, pouco suporte social dos familiares e de políticas públicas.