Vulnerabilidade social e funcionalidade familiar de idosos com sintomas depressivos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Souza, Rosely Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7141/tde-12082014-163232/
Resumo: Os sintomas depressivos na velhice são um transtorno que interfere na qualidade de vida, nas relações sociais e na capacidade de autocuidado dos idosos. A vulnerabilidade social da família pode influenciar os agravos em saúde, uma vez que as condições de pobreza impossibilita atender as necessidades básicas de seus membros. A disfunção familiar também provoca o distanciamento entre os membros, interferindo no relacionamento entre o idoso e seus familiares. Este estudo teve como objetivo avaliar a associação entre a presença de sintomas depressivos em idosos, a vulnerabilidade social da família e a funcionalidade familiar. Estudo analítico, observacional, do tipo caso-controle, realizado em 33 Unidades da Estratégia Saúde da Família de Dourados, MS. A amostra foi composta por 374 idosos, de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 60 anos. Os 187 que apresentaram sintomas depressivos avaliados pela Escala de Depressão Geriátrica constituíram os 187 casos e os demais, os 187 controles. As entrevistas foram realizadas no período de novembro de 2012 a março de 2013, sendo utilizados os seguintes instrumentos: formulário para caracterização sociodemográfica, Escala de Depressão Geriátrica de 15 itens, Apgar de Família e Índice de Desenvolvimento da Família. Verificou-se que maioria dos idosos era do sexo feminino, com idade média de 71,8 anos. A prevalência de sintomas depressivos foi de 41,5% e a maioria dos idosos com sintomas depressivos vivia sem o companheiro. Quanto à vulnerabilidade social, 50,0% das famílias encontrava-se em situação de vulnerabilidade considerada grave. As dimensões mais comprometidas foram o acesso ao conhecimento e ao trabalho. Não houve associação significativa entre os sintomas depressivos e a vulnerabilidade social. Quanto à funcionalidade familiar, 23,8% das famílias apresentava disfunção moderada e elevada. Observou-se associação entre os sintomas depressivos e a disfuncionalidade familiar moderada e elevada (OR = 5,36; 95% IC = 3,03-9,50; p =< 0,001). Também se mostraram associados à presença de sintomas depressivos o sexo feminino (OR = 1,87; 95% IC = 1,15-3,04; p = 0,012), a presença de quatro e mais pessoas residindo no mesmo domicílio (OR = 2,26; 95% IC = 1,34-3,82; p = 0,002) e a ausência de atividade física (OR = 1,67; 95% IC = 1,00-2,82; p =0,055). A família funcional pode representar apoio efetivo para idosos com sintomas depressivos, pois oferece um ambiente de conforto que assegura o bem-estar de seus membros. Já a família disfuncional dificilmente consegue prover a atenção necessária ao idoso, o que pode agravar os sintomas depressivos. Ressalta-se a importância da utilização do instrumento Apgar de Família pelos profissionais da ESF com o intuito de avaliar as relações familiares na assistência ao idoso