Percepção das barreiras e motivações para o tratamento adequado de pacientes com Diabetes Mellitus tipo 1 e tipo 2 assistidos ambulatorialmente na Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: TOMÉ, Janaíne Machado
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/858
Resumo: NTRODUÇÃO: O Diabetes Mellitus é uma doença crônica que vem apresentando um crescimento alarmante e tem um impacto significativo na vida do indivíduo. É de extrema importância que o paciente compreenda a necessidade de manter o controle metabólico para prevenir as complicações que surgem ao longo dos anos devido ao descontrole. A visão do paciente como um todo é essencial para ajudá-lo a superar as adversidades que o diabetes gera em sua rotina pessoal e familiar. OBJETIVOS: O presente estudo foi realizado com o objetivo de avaliar as principais barreiras e motivações que interferem no controle metabólico do paciente com Diabetes Mellitus tipo 1 e tipo 2. MÉTODOS: Estudo descritivo transversal, de abordagem quantitativa, realizado no Ambulatório de Diabetes do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Para coleta de dados foram utilizados os seguintes instrumentos: Ficha de Identificação, Ficha de exames laboratoriais referentes ao controle metabólico, Questionário de Classificação Socioeconômica e Questionário de Estudo das Barreiras e Motivações Relacionadas à Pessoas com Diabetes, composto por 62 questões, divididas em 5 domínios referentes a barreiras: Educação e Autoconhecimento, Sistemas de Saúde, Grupo Social, Barreiras Físicas e Barreiras Psicológicas, e 1 domínio referente a Motivação. As variáveis contínuas foram analisadas quanto à normalidade através do teste de Kolmogorov – Smirnov e verificada homogeneidade de variâncias pelo teste de Levene. Os resultados descritivos foram expressos em medidas de tendência central (média e mediana) e de dispersão (desvio padrão, mínimo e máximo). As distribuições de frequência das respostas às barreiras e motivações e suas diferenças entre os grupos DM1 e DM2 foi determinada pelo Qui-quadrado clássico com análise de resíduos. As diferenças foram consideradas significantes ao nível de 5% (p≤0,05) ou entre 5 e 6% (borderline - 0,05 <p<0,06). As análises foramconduzidas através do software SPSS versão 23. RESULTADOS: Foram avaliados 132 pacientes, 31 com DM1 e 101 com DM2. Para o grupo com DM1, houve predomínio do sexo feminino (67,7%), com idades entre 18 e 67 anos (mediana: 31). Ao avaliar as barreiras, a maioria dos pacientes (93,5%) tem conhecimento sobre a própria doença, 100% entende que o descontrole pode provocar complicações e acha importante incorporar dieta e exercícios físicos na rotina de tratamento, 38,7% aderiu a dieta e 64,5% praticam atividade física. Marcar consultas e retornos não é problema para 80,6%, porém, 83,9% tem dificuldade na obtenção de medicamentos e fitas. A família auxilia 77,4% dos pacientes, a presença de sintomas decorrentes do diabetes não impede 80,6% dos pacientes de controlar a doença e 71,0% já aceitou o fato de ser diabético. Ao avaliar os fatores que mais motivam, 80,6% citaram a família, 64,5% a autoestima e 58,0% a religião. Para o grupo com DM2 houve um predomínio ainda maior do sexo feminino (75,2%), com idades entre 30 e 91 anos (mediana: 63). Ao avaliar as barreiras, a maioria dos pacientes (84,2%) tem conhecimento sobre a própria doença, 99,0% entende que o descontrole pode provocar complicações e 98,0% acha importante incorporar dieta e exercícios físicos na rotina de tratamento, 25,7% aderiu a dieta e 47,5% praticam atividade física. Marcar consultas e retornos não é problema para 81,2%, porém, 50,5% tem dificuldade na obtenção de insumos. A família auxilia 67,4% dos pacientes, a presença de sintomas decorrentes do diabetes não impede 88,1% dos pacientes de controlar a doença e 86,1% já aceitou o fato de ser diabético. Ao avaliar os fatores que mais motivam, 75,3% citaram a família, 73,3% a autoestima e 56,5% a religião. CONCLUSÃO: Observou-se que os pacientes têm conhecimento da doença e possuem uma boa auto-observação. Entre as barreiras estão a dificuldade na aceitação da doença e na adesão de uma rotina alimentar adequada e estilo de vida mais saudável, a dificuldade na obtenção de insumos, a falta de apoio de familiares e amigos. Entre os fatores que mais motivam os pacientes estão a autoestima, a dependência dos familiares e a espiritualidade/religiosidade, reforçando o importante papel desses fatores na aceitação e no bom controle metabólico.