Saúde mental e qualidade de vida dos fisioterapeutas: comparação entre assistência e não assistência a casos de COVID-19, 2023
Ano de defesa: | 2023 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Graduação em Enfermagem Brasil UFTM Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à Saúde |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1716 |
Resumo: | Introdução: Em dezembro de 2019, a pandemia de COVID-19, causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), teve seu início, sendo os primeiros casos diagnosticados no centro da China, em Wuhan. Essa emergência de saúde pública mundial não trouxe apenas consequências no que tange a rápida propagação de casos da doença e alto número de mortes, mas também questionamentos sobre a saúde mental e a qualidade de vida dos profissionais da saúde, durante a pandemia, devido à sobrecarga de trabalho, ao receio de contaminação, à superlotação dos serviços assistenciais, a muitos óbitos em curto espaço de tempo, entre outros fatores. Objetivo: Analisar a saúde mental e a qualidade de vida de dois grupos de fisioterapeutas, os que atuaram na assistência a pacientes com COVID-19 e os que atuaram em pacientes sem COVID-19, nos serviços públicos de saúde do município de Uberaba-MG. Material e método: Estudo observacional, transversal, quantitativo. A amostra foi composta por fisioterapeutas dos serviços assistenciais do SUS, sendo um grupo composto por aqueles que atenderam pacientes com COVID-19, e o grupo controle por aqueles que não atenderam pacientes com COVID-19. Foram utilizados três instrumentos: um para caracterização do perfil sociodemográfico e ocupacional, o Self-Report Questionnaire (SRQ-20) para rastreamento da presença de transtornos mentais comuns (TMC) e o World Heath Organization Quality of life-bref (WHOQOL-bref), para avaliar a qualidade de vida (QV). A caracterização do perfil sociodemográfico e ocupacional ocorreu empregando-se distribuições de frequências absoluta e relativa para variáveis categóricas, e medidas de tendência central para variáveis contínuas. Cada instrumento foi analisado de acordo com o preconizado, em seus respectivos artigos de validação e/ou sintaxe. Para a comparação de variáveis quantitativas, foi aplicado o teste t-Student, sob a suposição de normalidade, verificada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov, e de homogeneidade das variâncias, verificada pelo teste de Levene. Quando a suposição não foi observada, foi aplicado o teste nãoparamétrico U de Mann-Whitney. Um valor de p≤ 0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Resultados: Participaram 61 fisioterapeutas, sendo 55,7% que atenderam pacientes com COVID-19 e 44,3% que não atenderam (grupo controle). Do total, 88,5% eram mulheres, 39,3% com faixa etária entre 31 e 40 anos, 70,5% casados ou tinham companheiro. Em relação aos fatores de enfrentamento durante a pandemia, 86,9% dos participantes relataram ter recebido treinamento sobre COVID-19, 86,9% tiveram disponibilidade de equipamentos de proteção individual de forma suficiente e 47,5% se infectaram com COVID-19. Na comparação entre os grupos, foi evidenciada diferença estatisticamente significativa em relação ao tempo de trabalho na instituição, renda mensal e carga horária de trabalho, sendo que os fisioterapeutas que atenderam pacientes com COVID-19 trabalhavam na instituição a menos tempo (p=0,0020), recebiam menores salários (p=0,0050), aumentaram a carga horária de trabalho durante a pandemia (p=0,002) e realizaram plantões extras (p=0,006). Em relação aos resultados dos questionários SRQ-20 e WHOQOL-bref, 47,1% dos fisioterapeutas que atenderam pacientes com COVID-19 e 55,6% do grupo controle apresentaram TMC, diferença estatisticamente não significativa entre os grupos. E em todos os domínios do WHOQOL-bref foram observadas médias dos escores mais elevadas entre os fisioterapeutas que não atenderam pacientes com COVID-19, entretanto essa diferença não foi estatisticamente significativa entre os grupos. Conclusão: Foi evidenciada relação estatisticamente significativa entre menor tempo de trabalho na instituição, menor renda mensal, maior carga horária de trabalho e maior proporção de fisioterapeutas que atenderam pacientes com COVID-19. Em relação à prevalência de TMC e mensuração da QV, não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos. |