Acolhimento com comportamento empático para redução do medo de pacientes em pré-operatório de cirurgia cardíaca: ensaio clínico randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Jurko, Juliana Soares [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=3135853
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/48021
Resumo: O paciente em pré-operatório de cirurgia cardíaca apresenta o diagnóstico de enfermagem Medo no momento que antecede o ato cirúrgico podendo comprometer o seu tratamento. O objetivo geral foi avaliar a eficácia do acolhimento com comportamento empático para a redução da intensidade do Medo de pacientes em pré-operatório de cirurgia cardíaca. Os objetivos específicos foram: caracterizar sociodemográfica e clinicamente os pacientes em pré-operatório de cirurgia cardíaca; identificar a intensidade do Medo de pacientes em pré-operatório de cirurgia cardíaca; avaliar a relação das variáveis antecedentes (sexo, idade, tipo de cirurgia, grau de escolaridade, religião e comorbidades e/ou Infarto Agudo do Miocárdio prévio) com o diagnóstico de enfermagem Medo e; comparar a intensidade do Medo de pacientes em pré-operatório de cirurgia cardíaca que receberam acolhimento com comportamento empático com os que não receberam. Estudo experimental ou ensaio clínico randomizado realizado com 44 pacientes no pré-operatório de cirurgia cardíaca. Os pacientes foram divididos em dois grupos, sendo o Grupo I: pacientes que receberam acolhimento com comportamento empático (grupo intervenção) e o Grupo II: pacientes que não receberam acolhimento (grupo controle). Para este estudo foi utilizado o instrumento de coleta de dados elaborado e validado anteriormente por outra autora contendo 15 características definidoras do diagnóstico de enfermagem Medo. Os pacientes foram avaliados em dois momentos: antes e após a intervenção (grupo intervenção) e após 2 horas da primeira avaliação (grupo controle). Os resultados mostraram um escore de 6,7 na primeira avaliação e de 6,11 na segunda avaliação no total de pacientes. A diferença dos escore entre a primeira e a segunda avaliação dos pacientes variou entre -1 e 3, sendo que 5 pacientes tiveram aumento no escore de Medo na segunda avaliação. Não houve diferença estatística significativa entre os grupos quando comparado os escores de Medo, entretanto houve diferença do escore ao longo do tempo, mostrando que em ambos os grupos houve uma redução significativa no escore de Medo. Na primeira avaliação os pacientes que aguardavam cirurgia de Marcapasso apresentaram duas vezes menos medo do que os pacientes que aguardavam a cirurgia de Revascularização do Miocárdio (p=0,006). Os pacientes com o segundo grau de escolaridade apresentaram 1,2 vezes menos medo que os pacientes com o primeiro grau (p=0,023). Já os pacientes que apresentaram pelo menos uma comorbidade possuíam 1,4 vezes mais medo do que os pacientes que não apresentaram comorbidades (p=0,011). Na segunda avaliação os pacientes do sexo feminino apresentaram 1,1 vezes mais medo do que os pacientes do sexo masculino (p=0,049). Já os pacientes que aguardavam cirurgia de Marcapasso apresentaram 1,9 vezes menos medo do que os pacientes que aguardavam a cirurgia de Revascularização do Miocárdio (p=0,00984). As características definidoras do diagnóstico de enfermagem Medo que tiveram redução da primeira para a segunda avaliação foram: náusea, vômito, fadiga, boca seca, choroso e motilidade intestinal alterada. Conclui-se que o acolhimento com comportamento empático não foi eficaz para a redução da intensidade do Medo de pacientes em pré-operatório de cirurgia cardíaca. As orientações pré-operatórias são necessárias e importantes, entretanto, deve-se ponderar a respeito do que a enfermagem considera essencial para o conhecimento do paciente e o que este realmente gostaria de saber.