Essa sim, esse não... Racismo estrutural no processo de adoção
Ano de defesa: | 2020 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=10106801 https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/61692 |
Resumo: | A proposta desse estudo foi compreender como o racismo se expressa no processo de adoção de crianças negras, tomando como ponto de partida a definição do perfil em relação à cor/raça do/a filho/a desejado/a pelos pretendentes à adoção durante sua habilitação ao Sistema Nacional de Adoção. Conceituo a adoção não apenas a partir do disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente, enquanto medida de proteção que confere à criança a condição de filho/a com os mesmos direitos e deveres, mas também em diálogo com as teorias psicanalíticas, uma vez identificada a escassa produção científica do Serviço Social a este respeito. Para a realização da pesquisa, a opção metodológica foi a do método dialético, em que os fatos não devem ser considerados fora de um contexto social. Nesse sentido, realizei uma pesquisa bibliográfica de abordagem qualitativa e uma pesquisa documental de abordagem qualitativa. Apresento as diferentes concepções de infância utilizando como base teórica autores/as que abordam a infância, bem como legislações brasileiras relacionadas ao tema. Faço uma discussão sobre as relações étnico-raciais e seu debate com o projeto de identidade nacional e o impacto acerca da expectativa de adoção de crianças embranquecidas. A pesquisa documental consistiu na análise dos processos de habilitação que receberam sentença favorável aos pretendentes durante o ano de 2019 na VIJ de Santo Amaro para identificar o perfil dos pretendentes à adoção e o perfil dos/as filhos/as desejados/as em relação à cor/raça; o que nos levou a examinar o Poder Judiciário e como o racismo institucional se expressa na adoção ideal e na adoção real. Por fim, foram examinados os relatórios produzidos por assistentes sociais após o estudo social realizado com os pretendentes, em especial no que tange à descrição do perfil da criança desejada. O racismo estrutural e o racismo institucional contribuem para a perpetuação da discriminação e invisibilidade de pretos e pardos na VIJ Santo Amaro. Concluo apontando a necessidade de ampliar o olhar e as intervenções produzindo práticas antirracistas no judiciário como forma de contribuir para interromper a perpetuação do racismo nessa instituição. |