Avaliação do perfil clínico e metabólico em resposta ao tratamento com melatonina em pacientes com Transtorno do Espectro Autista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Buratto, Eliete Chiconelli Faria [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/69780
Resumo: Objetivos: Caracterizar os pacientes com Transtorno do Espectro Autista quanto ao perfil clínico, padrão de sono, qualidade de vida, perfil metabólico e de concentração urinária noturna da 6-sulfatoximelatonina, além disso, correlacionar esses parâmetros com a concentração do metabólito urinário noturno da melatonina. Ainda, avaliar a resposta terapêutica do uso da melatonina. Métodos: Projeto piloto de ensaio clínico randomizado com 9 pacientes com Transtorno do Espectro Autista com idade entre 10 anos e 16 anos e 11 meses, avaliados nas fases pré e pós-tratamento com melatonina ou placebo (n= 4-5/grupo). Foram realizados anamnese, exame físico geral, escalas e questionários para avaliação do Transtorno do Espectro Autista, do sono, da qualidade de vida, exames séricos relacionados ao metabolismo e análise do metabólito urinário noturno da melatonina. Foi usado o actígrafo por 4 semanas no pré-tratamento e nas últimas 4 semanas no tratamento. Os pacientes foram classificados com ou sem síndrome metabólica e randomizados para a intervenção duplo-cego, com 3 mg de melatonina de ação imediata, no horário entre 20 h e 21h, por 12 semanas. Foram realizadas orientações sobre a melatonina e o sono antes da intervenção para todos os pacientes. Após 8 semanas de tratamento, foi feita a dosagem do metabólito urinário da melatonina na urina noturna e também na segunda urina da manhã. Ao longo da intervenção, contato telefônico semanal foi realizado. Resultados: Houve melhora estatisticamente significativa nas características relacionadas ao Transtorno do Espectro Autista e nos aspectos emocionais da qualidade de vida no grupo melatonina em relação ao pré-tratamento. No grupo placebo, em relação ao pré-tratamento, houve melhora estatisticamente significativa de diversos parâmetros do sono e dos aspectos emocionais da qualidade de vida. Considerando a actigrafia, houve mudança estatisticamente significativa para os pacientes do grupo melatonina que passaram a dormir e acordar mais cedo em relação ao início do estudo. Foi observado redução da pressão arterial sistólica e diastólica, assim como piora no perfil lipídico estatisticamente significativo nos pacientes do grupo melatonina em relação ao pré-tratamento. A resposta do perfil glicídico foi variável e não houve diferença estatisticamente significante no grupo melatonina. O metabólito da melatonina na segunda urina da manhã estava elevado em todos os pacientes que usaram a melatonina. Conclusões: As orientações sobre sono e melatonina podem ter apresentado um efeito positivo sobre a qualidade do sono, aspectos do Transtorno de Espectro Autista e qualidade de vida dos pacientes. O uso da melatonina na pediatria pode ser benéfico não só para parâmetros do sono. Considerando o importante papel da melatonina na fisiologia do metabolismo energético, mais estudos são necessários para estabelecer o efeito do tratamento com melatonina nos parâmetros metabólicos. O aumento dos níveis de 6-sulfatoximelatonina na segunda urina da manhã de todos os pacientes do grupo melatonina indica posologia de uso excessivo e/ou horário inadequado. Essa situação pode causar sonolência excessiva diurna, bem como alterações prejudiciais ao metabolismo. Estudos são necessários para que se estabeleça a dose ideal para o uso da melatonina na pediatria.