Impacto de longo prazo da pandemia de covid-19 no nível de atividade física e aptidão cardiorrespiratória de adultos: pesquisa on-line da rede PA&FIT

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lauria, Vinicius Tonon [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/69003
Resumo: Objetivo: Avaliar o impacto em longo prazo da pandemia da COVID-19 no nível de atividade física e aptidão cardiorrespiratória em uma amostra de adultos brasileiros. Métodos: Realizamos um estudo transversal on-line utilizando questionários validados com 405 participantes adultos (37,0 ± 12,4 anos; 66,6% mulheres) selecionados por conveniência. O formulário foi aplicado no semestre de 2022 com as seguintes seções: 1- Elegibilidade e consentimento, 2- Sociodemográfica, 3- Histórico clínico, 4- Risco cardiovascular, 5- Antropometria e 6- Nível de atividade física (Questionário Global de Atividade Física - GPAQ). As perguntas foram feitas com as opções “ANTES da pandemia de COVID-19” e “Atualmente”. O consumo máximo de oxigênio (VO2máx) foi estimado utilizando uma equação de predição desenvolvida pelos próprios autores do presente estudo. Tendo em vista a grande influência da idade no declínio do VO2máx, classificamos o VO2máx pré-pandemia de duas maneiras para compararmos com o VO2máx atual. Inicialmente utilizamos todos os dados pré-pandemia e a idade prévia dos participantes calculada com base na data oficial do primeiro caso de COVID-19 no Brasil (i.e., 24/02/2020) em relação à data de preenchimento do questionário. Em uma segunda comparação utilizamos todos os dados pré-pandemia, contudo, mantivemos a idade atual do participante referente à data de preenchimento do questionário, i.e., idade fixa. Resultados: A maioria dos participantes relatou que foi infectado pelo coronavírus (53,3%) e que possuía esquema vacinal completo (84,2%). Ao longo da pandemia os voluntários relataram aumento significativo (p < 0,05) da proporção de hipertensão arterial (10,4 vs. 14,3%), diabetes melito (7,4 vs. 10,6%), dislipidemia (18,5 vs. 22,2%) e sintomas depressivos (17,5 vs. 20,7%). Não observamos diferenças significativas no domínio total do GPAQ entre os momentos pré-pandemia e “atualmente”. Os valores do VO2máx estimado atuais mostraram-se significativamente inferiores aos valores pré-pandemia, tanto com a idade calculada (diferença absoluta, -1,474 mL/min/kg: intervalo de confiança de 95%, -1,844 a -1,112; p < 0,01) quanto considerando a idade fixa (ΔS = -0,911 mL/min/kg; IC95% -1,274 a -0,548; p < 0,01). A baixa aptidão cardiorrespiratória (≤ 8 equivalentes metabólicos) apresentou aumento significativo (p < 0,001) da proporção (22,5 vs. 28,4%) entre os momentos pré-pandemia e “atualmente”. Conclusão: A pandemia da COVID-19 comprometeu a aptidão cardiorrespiratória dos adultos do presente estudo, associada a um aumento dos fatores de risco cardiovascular. Com o relaxamento das medidas restritivas, os indivíduos foram capazes de reestabelecer os padrões de atividade física. Assim, medidas restritivas futuras devem considerar a permissão de atividades físicas individuais para redução dos efeitos deletérios cardiovasculares relacionados às pandemias.