Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Tardelli, Vitor Soares [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/68888
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Resumo: |
A dependência química constitui um importante problema de saúde pública há muitas décadas no mundo todo. É também questão premente no Brasil, onde a cocaína é a droga ilícita de maior impacto em saúde pública, embora não seja a substância ilícita de maior prevalência de uso. Há poucas alternativas terapêuticas baseadas em evidências para o tratamento da dependência de estimulantes, entre os quais a cocaína. Entre as intervenções psicossociais, destaca-se o Manejo de Contingência (MC), eficaz em promoção de abstinência e retenção a tratamento. Não existe até o momento nenhuma medicação aprovada para o tratamento da dependência de estimulantes pelas agências reguladoras brasileira e norte-americana. A combinação de MC e terapias farmacológicas, contudo, é considerada promissora, uma vez que estas intervenções possuiriam efeitos sinérgicos. Além disso, estudos recentes com psicoestimulantes de prescrição médica têm apresentado resultados encorajadores para o tratamento da dependência de estimulantes. Os objetivos desta tese são: i) revisar sistematicamente ensaios clínicos que combinam o MC com terapias farmacológicas; ii) revisar sistematicamente ensaios clínicos que usam psicoestimulantes de prescrição médica para o tratamento da dependência de estimulantes; iii) propor a implementação de estudos clínicos em ambiente comunitário para aventar a viabilidade das intervenções aqui propostas em ambientes não-acadêmicos; iv) revisar a literatura em busca de evidências pré-clínicas que deem suporte ao uso de psicoestimulantes de prescrição para dependência de cocaína, de acordo com os resultados do estudo ii; v) avaliar a segurança e os efeitos sobre retenção em tratamento dos psicoestimulantes de prescrição entre pacientes com dependências de estimulantes e opioides comórbidas. Os resultados encontrados incluem um efeito sinérgico entre o MC e tratamentos farmacológicos; a eficácia dos psicoestimulantes de prescrição — em particular, as anfetaminas de prescrição, em doses elevadas e com formulação de liberação prolongada — no tratamento da dependência de estimulantes, especialmente cocaína; com base em tais resultados, a proposta de avaliação da viabilidade de modelo de cuidado baseado em psicoestimulantes de prescrição integrado a medidas psicossociais (incluindo, mas não restrito ao MC); revisão translacional que detalha os mecanismos farmacológicos de ação dos psicoestimulantes de prescrição na dependência de cocaína e metanfetamina; a ausência de aumento estatisticamente significativo em intoxicações relacionadas a drogas entre dependentes de opioide em tratamento com buprenorfina recebendo anfetaminas de prescrição, sem diferença entre pacientes com e sem ocorrência simultânea de dependência de estimulantes; além disso, a retenção ao tratamento é maior entre tais pacientes quando estão fazendo uso de uma anfetamina de prescrição. Conclui-se que os psicoestimulantes de prescrição, especialmente as anfetaminas de prescrição, são opções seguras e eficazes de tratamento de dependência de estimulantes — desde que prescritas adequadamente — mesmo em populações complexas com dependência comórbida de opioides. |