Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Aguiar, Mariana Freitas de [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/65400
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Resumo: |
Introdução: A fisiopatologia da arterite de Takayasu (AT) ainda é pouco conhecida. Apesar da inflamação granulomatosa rica em macrófagos ser a principal característica do infiltrado vascular da doença, nenhum estudo prévio avaliou o papel dos monócitos na patogênese da AT. Objetivos: Avaliar a distribuição das subpopulações de monócitos no sangue periférico e o perfil das quimiocinas séricas relacionadas à migração dos monócitos em pacientes com AT versus controles, comparando também pacientes com atividade e em remissão. Avaliar associações entre a distribuição das subpopulações de monócitos, as concentrações séricas das quimiocinas e as variáveis clínicas na AT. Analisar as correlações entre as concentrações séricas das quimiocinas e as subpopulações de monócitos no sangue periférico de pacientes com AT. Métodos: Foi realizado estudo transversal com grupo controle e os pacientes com AT foram avaliados quanto à atividade da doença e tratamento atual. Os monócitos no sangue periférico foram analisados por citometria de fluxo e, com base na expressão de CD14 e CD16, foram divididos em clássicos (CD14++CD16-), intermediários (CD14+CD16dim) e não clássicos (CD14dimCD16high). A dosagem das quimiocinas CCL2, CCL3, CCL4, CCL5, CCL7, CXCL10 e CX3CL1 foi realizada pela técnica de multiplex. Um subgrupo de pacientes com doença ativa foi reavaliado de forma longitudinal, quanto à distribuição das subpopulações de monócitos, após a remissão de doença ter sido alcançada. Resultados: Trinta e dois pacientes e trinta controles, controlados para sexo e idade, foram incluídos no estudo. Os pacientes com AT apresentaram um maior número de monócitos intermediários quando comparados aos controles [25,0 células x 106/L (16,7-52,0) vs. 17,2 células x 106/L (9,2-25,3); p = 0,014]. Doença em atividade se associou à monocitose (p = 0,005) por aumento das subpopulações de clássicos (p = 0,005) e de intermediários (p = 0,001), na comparação com controles. O uso de prednisona reduziu a porcentagem de monócitos não-clássicos [3,7% (1,3-4,1) vs. 6,9% (3,9-8,5); p = 0,011]. Pacientes com AT apresentaram concentrações mais baixas de CCL3 [6,2 pg/mL (5,0-8,1) vs. 9,3 pg/mL (5,7-14,7); p = 0,009] e CCL4 [37,4 pg/mL (24,5-47,9 vs. 45,4 pg/mL (37,8-63,7); p = 0,008] em comparação a controles, enquanto os valores de CCL22 foram mais altos em pacientes ativos quando comparados aos pacientes que estavam em remissão (1.865,5 ± 967,2 pg/mL vs. 1.229,3 ± 562,4 pg/mL; p = 0,033). A terapia com imunossupressores sintéticos ou biológicos não impactou nas concentrações das quimiocinas séricas, mas o uso de glicocorticoides se associou com valores mais baixos de CXCL10 (p = 0,012). Nos pacientes com AT, a concentração de CCL4 se correlacionou com o número de monócitos totais (Rho = 0,489; p = 0,005), de intermediários (Rho = 0,448; p = 0,010) e de clássicos (Rho = 0,412; p = 0,019). A presença de hipertensão arterial, diabetes tipo 2, eventos isquêmicos prévios e o uso de estatinas não afetou a distribuição das subpopulações dos monócitos na AT. Longitudinalmente, há uma aparente redução das subpopulações de monócitos clássicos e intermediários, quando os pacientes em atividade de doença entram em remissão, mas esse resultado não alcançou significância estatística. Conclusões: A distribuição das subpopulações de monócitos está alterada no sangue periférico dos pacientes com AT e a quimiocina CCL22 foi a mais associada à atividade de doença. |