Desfechos cognitivos de pacientes com malformação arteriovenosa cerebral submetidos à microcirurgia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Coelho, Daniela de Souza [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/70995
Resumo: A Malformação Arteriovenosa Cerebral (MAVc), é uma doença cerebrovascular de origem congênita caracterizada por uma comunicação anormal entre artérias e veias, sem a interposição de capilares, que se caracteriza por uma veia de drenagem precoce. Sua prevalência estimada é de aproximadamente 50 casos para cada 100.000 pessoas. Algumas escalas foram desenvolvidas para prever o desfecho do tratamento. Contudo, por se tratar de uma doença rara, a literatura científica é incipiente no que tange aos aspectos cognitivos destes pacientes. Objetivo: Descrever os desfechos neuropsicológicos de pacientes submetidos à microcirurgia para exérese de MAVc com ou sem embolização prévia considerando a forma de apresentação, rota ou não rota, grau na escala da escala de Spetzler e Martin, e topografia neuroanatomica, comparando os resultados pré e após 6 meses da microcirurgia. Métodologia: Foi realizado um estudo de coorte retrospectivo, com uma amostra por conveniência com 154 pacientes, no qual foram descritos os domínios cognitivos de pacientes operados entre janeiro de 2018 a janeiro de 2023. Para quantificar os aspectos cognitivos, foram utilizados dados da testagem operacional padrão das instituições participantes, que incluiu anamnese e o instrumento de avaliação neuropsicológica breve – Neupsilin, que avalia oito domínios cognitivos: orientação, atenção, percepção visual, memória, habilidades aritméticas, linguagem, e funções executivas, por meio de 32 subtestes. Resultados: Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão foram considerados 40 casos operados. Os resultados da avaliação indicaram que não houve diferença estatisticamente significativa. Por meio da análise da frequência de déficits constatou-se que trinta e um pacientes (77,5%) apresentaram escore Z caracterizados como déficit, abaixo da amostra normativa para pessoas com a mesma faixa etária e escolaridade, em pelo menos um dos oito domínios cognitivos testados. Após o tratamento microcirúrgico, trinta pacientes (75%) continuaram com déficit, de pelo menos um desvio padrão (-1 DP). A mesma análise da frequência de déficits identificou uma melhora no domínio das funções executivas nos casos de MAVc frontais. Conclusão: Os dados obtidos demonstraram que a microcirurgia não melhorou ou piorou a maioria das funções cognitivas, mesmo em áreas consideradas eloquentes. Se faz necessário mais estudos para generalizações e otimização do tratamento de pessoas com MAVc.