Estigma social, inclusão social e reinserção no mercado de trabalho após o transplante de órgãos e tecidos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Arakaki, Edson [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/67227
Resumo: Estudos anteriores analisaram a associação entre dados demográficos e o retorno ao trabalho após o transplante de órgãos e tecidos. Até o momento, as relações entre a qualidade de vida, a situação laboral após o transplante, assim como a percepção de estigma, que podem interferir com o retorno ao trabalho e a qualidade de vida, não foram descritas. O objetivo deste estudo é avaliar a inserção laboral do transplantado, a associação da percepção do estigma social e a qualidade de vida com dados demográficos. Método: Trata-se de estudo prospectivo, observacional para estabelecer associação entre estigma e qualidade de vida de pacientes transplantados membros da Associação Brasileira de Transplantados (ABTx). As variáveis foram coletadas por meio de questionários sociodemográficos, de qualidade de vida (SF-36) e uma escala de percepção de estigma, entre julho e setembro de 2021. O questionário foi aplicado no formato Google Forms, e encaminhado por via eletrônica para o cadastrado da ABTx com idade superior a 18 anos. Resultados: A média da idade foi de 42,4 (DP=11,3) anos, e somente 53,7% dos respondentes retornaram ou iniciaram o trabalho após o transplante, com tempo mediano para reinserção de 2,3 anos (IC95%: 1,8 - 2,9 anos). A probabilidade de retorno ou inserção ao mercado de trabalho (curva de Kaplan-Meyer) após 1, 5 e 10 anos foi de 67,4%, 40,0% e 33,5%, respectivamente. Na regressão linear multivariada, o retorno ao trabalho foi associado com a faixa etária (p=0,013), cor (p=0,031), classe socioeconômica (p<0,001), tipo de transplante (p=0,008) e atividade remunerada antes do transplante (p<0,001). O escore do estigma foi inversamente proporcional aos domínios de qualidade de vida e mostrou-se fortemente associado a inserção laboral. Conclusões: A qualidade de vida mostrou-se menor do que a da população em geral e a percepção de estigma apresentou impacto na qualidade de vida. O retorno ao trabalho é uma condição multifatorial, porém, o estudo mostrou que a percepção de estigma pelo transplantado está também associada a reinserção laboral. Esta situação pode ser minimizada pela implementação de ações por equipes multiprofissionais ainda na fase pré-transplante.