A recusa familiar no processo de doação de órgãos e tecidos para transplante

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Moraes, Edvaldo Leal de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7131/tde-13072007-092002/
Resumo: Esta pesquisa teve como objetivo conhecer a percepção de familiares de potenciais doadores sobre os motivos considerados para recusar a doação dos órgãos e tecidos para transplante. Para compreender a percepção dos familiares optou-se por realizar uma pesquisa qualitativa, segundo a modalidade \"estrutura do fenômeno situado\". Como forma de desvelar o fenômeno foram entrevistadas oito famílias, utilizando as seguintes questões norteadoras: \"Como foi a tomada de decisão para recusar a doação dos órgãos e tecidos para transplante do seu familiar falecido?\" e \"Quais os motivos considerados para recusar a doação?\". Após a obtenção das descrições, os discursos foram analisados individualmente, sendo feita a análise ideográfica, resgatando os seguintes temas e subtemas: \"Relatando a internação do familiar\", \"Vivenciando a perda do familiar\": \"Recebendo a informação da morte encefálica e a solicitação da doação\", \"Sofrendo com a perda do familiar\"; \"Decidindo pela recusa da doação dos órgãos\": \"Conversando sobre doação\", \"Respeitando a decisão tomada\"; \"Apresentando os motivos de recusa da doação dos órgãos\": \"A crença religiosa\", \"A espera de um milagre\", \"A não compreensão do diagnóstico de morte encefálica e a crença na reversão do quadro\", \"A não aceitação da manipulação do corpo\", \"O medo da reação da família\", \"A inadequação da informação e a ausência de confirmação da morte encefálica\", \"A desconfiança na assistência e o medo do comércio de órgãos\", \"A inadequação no processo de doação\", \"O desejo do paciente falecido, manifestado em vida, de não ser um doador de órgãos\" e \"O medo da perda do ente querido\". Buscou-se desvelar, pela análise nomotética, as convergências e divergências das unidades de significado interpretadas, em direção a estrutural geral do fenômeno. As proposições que emergiram revelaram que a essência do fenômeno \"A recusa familiar no processo de doação de órgãos e tecidos para transplante\" foi desvelada como vivenciar uma situação de choque e desespero com a internação do familiar, de desconfiança com a solicitação da doação dos órgãos, de negação da morte encefálica, de sofrimento e desgaste diante da perda do ente querido, de conflitos familiares para a tomada de decisão e de múltiplas causas para a recusa da doação