O fantástico como estratégia narrativa machadiana: o caso de alguns contos de Papéis avulsos

• Ano de defesa: 2024
• Autor(a) principal: Sousa, Rodrigo Molon de [UNIFESP]
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
• Palavras-chave em Português: Machado de Assis; Papéis avulsos; Fantástico; Estratégia narrativa; Crítica e interpretação
• Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/71498

Esta dissertação de mestrado teve como objetivo investigar a presença do fantástico em algumas narrativas curtas de Machado de Assis pertencentes à coletânea Papéis avulsos (1882). Almejamos, assim, compreender como o autor utiliza-se dos topoi-chave pertencentes ao fantástico como modo literário na construção de algumas narrativas que compõem essa co-letânea como estratégia narrativa e os incorpora na elaboração de seu projeto estético-literário. Dessa maneira, analisamos na presente dissertação a construção do fantástico em “A chinela turca” (1875), “Uma visita de Alcibíades” (1882) e “O espelho” (1882), bem como os efeitos que tal construção desencadeia nessas narrativas, além da alusão à temática do duplo realizada por Machado em “Teoria do medalhão” (1881). O desenvolvimento dessa pesquisa justificou-se pela aparente escassez de estudos que observem como Machado de Assis manipula os ele-mentos, temas e procedimentos narrativos relacionados ao modo literário fantástico, para que estes possam servir como pano de fundo para suas narrativas (salientamos que há estudos pon-tuais recentes acerca de alguns desses contos, mas não há algo mais geral). Tomamos como referencial teórico para a realização da pesquisa os estudos sobre o fantástico de Filipe Furtado (1980; 2009), Remo Ceserani (2006), David Roas (2014) e Rosalba Campra (2016), visto que, ao ser apresentado como modo literário, possibilita ser analisado em autores e obras que con-templam os temas e procedimentos narrativos utilizados comumente pela literatura fantástica na construção de suas narrativas, mas que, segundo a historiografia literária, geralmente não são categorizados como pertencentes a esse modo. Em termos metodológicos, esta é uma pes-quisa de cunho qualitativo, seguindo o paradigma analítico-interpretativo. Esperamos, dessa forma, contribuir com a extensa fortuna crítica machadiana, buscando suprir o que acreditamos ser ainda uma lacuna nos estudos da obra do autor.