Caracterização fenotípica e genotípica de Streptococcus do grupo viridans isolados de endoftalmites e ceratites infecciosas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Superti, Katiane Santin [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5278522
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/50515
Resumo: Objetivos: identificar as espécies de Streptococcus do grupo viridans e sua distribuição em casos de endoftalmite infecciosa e ceratites atendidos no Departamento de Oftalmologia da EPM/UNIFESP; analisar o perfil de susceptibilidade in vitro aos principais antimicrobianos e investigar fatores de virulência como a formação de biofilme e a presença de genes que codificam a produção da cápsula polissacarídea; correlacionar os resultados com os desfechos clínicos dos pacientes. Métodos: 27 isolados de Streptococcus recuperados de humores aquoso e vítreo de casos de endoftalmite (2002-2013) e 35 isolados de ceratites (2009-2013) foram investigados. Os isolados foram primeiramente identificados por meio de testes de susceptibilidade à optoquina e bile solubilidade, e por meio de painel de identificação bioquímica comercial. Para avaliação da concentração inibitória mínima foi utilizado painel comercial contendo 19 antimicrobianos. A identificação molecular foi feita com análise de fragmentos de três genes constitutivos rpoB, sodA e tuf, e análise complementar por multilocus sequence analysis. A epidemiologia molecular dos S. pneumoniae foi avaliada por meio da técnica de multilocus sequence typing, os genes de virulência por PCR ultilizando primers específicos e os desfechos clínicos avaliados de acordo com prontuário médico dos pacientes. Resultados: os testes fenotípicos demonstraram excelente desempenho na diferenciação dos S. pneumoniae dos demais Streptococcus alfa-hemolíticos. Streptococcus oralis foi significativamente mais prevalente em endoftalmites (13/27; 48%; p=0,0013) da mesma forma que S. pneumoniae para as ceratites (17/35; 49%; p=0,0013). Os isolados estudados foram sensíveis aos antimicrobianos utilizados em oftalmologia, incluindo vancomicina, cefalosporinas e fluorquinolonas. Para a subpopulação de S. pneumoniae (n=19) obteve-se alta variabilidade genética (Simpson index of diversity =0,982) e 16 isolados foram presumidos encapsulados. Somente 4 isolados pertencentes às espécies S. sanguinis, S. oralis e S. mitis demonstraram forte produção de biofilme. A maior parte dos pacientes evoluiram com acuidade visual de movimentos de mãos (11%), percepção luminosa (6%) ou sem percepcao luminosa (18%) Conclusões: a distrubuição de Streptococcus alfa-hemolíticos em infecções oculares sugere a capacidade de tropismo tecidual espécie-específico. S. pneumoniae foram pressupostos encapsulados, podendo indicar uma provável falha vacinal. A evolução clínica de pacientes com infecções oculares estreptocóccicas é desfavorável incluindo desfechos com visão mínima ou cegueira, apesar de tratamento antimicrobiano apropriado baseado na sensibilidade in vitro.