Ocorrência, resistência à antimicrobianos e diversidade e genética de Streptococcus pneumoniae isolados de paciente atendidos no Instituto Nacional de Câncer/RJ.
Ano de defesa: | 2015 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Fluminense
Niterói |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/6270 |
Resumo: | Streptococcus pneumoniae é reconhecido como um dos mais importantes patógenos clássicos, frequentemente associado a infecções graves, tais como pneumonia, meningite e bacteremia. As taxas de ocorrência das doenças pneumocócicas permanecem elevadas em todo o mundo, especialmente em crianças e idosos, bem como em certos grupos de risco, como pacientes neoplásicos. Os pacientes com câncer, com neoplasias hematológicas e tumores sólidos, com ou sem neutropenia, frequentemente desenvolvem doenças bacterianas. Atualmente, microrganismos Gram positivos são os patógenos predominantes nesses pacientes, sendo a bacteremia uma das principais complicações potencialmente fatais. Desse modo, este trabalho visou estudar a incidência das infecções pneumocócicas em pacientes assistidos no INCA/RJ entre 02 abril de 2013 e 11 de abril de 2014, a fim de obter informações referentes aos sorotipos envolvidos, à suscetibilidade aos antimicrobianos rotineiramente empregados para o tratamento das infecções pneumocócicas e a diversidade genética das amostras isoladas. Foram analisadas 58 amostras, isoladas principalmente de infecções de corrente sanguínea e do trato respiratório inferior. Uma amostra não teve sua identificação confirmada como pneumococo por testes moleculares. Foi possível observar uma grande diversidade de sorotipos, com prevalência dos sorotipos 23F, 6A/B e 2. As maiores taxas de resistência foram observadas para sulfametoxazol-trimetoprim e tetraciclina (40,4% para ambos). A taxa de não susceptibilidade a penicilina foi de 14%, das quais apenas duas foram intermediárias para ceftriaxona e as demais sensíveis. Cinco (8,8%) amostras foram resistentes à eritromicina e todas apresentaram o gene mefA/E, sendo que duas delas apresentaram concomitantemente o gene ermA. Treze (22,8%) amostras foram selecionadas para o MLST com base na resistência a beta-lactâmicos e/ou eritromicina e/ou isolamento de líquor e os resultados mostraram uma alta diversidade genética, tendo sido detectados 11 diferentes STs, sendo dois novos, indicando uma origem policlonal da resistência à penicilina e eritromicina. Cabe ressaltar que duas amostras pertenceram a clones internacionais de pneumococos (ST156/Spain9V-3 e ST338/Colombia23F-26) e outras duas amostras isoladas do trato respiratório inferior de um único paciente e que pertenceram a um ST novo foram SLVs do clone Spain9V-3. Nossos resultados indicam que ainda não houve a chamada “imunidade de rebanho” em nosso meio a despeito da introdução da vacina conjugada 10-valente para imunização rotineira de crianças < 2 anos no Brasil desde 2010, visto que sorotipos contidos nessa vacina, inclusive aqueles associados a clones internacionais, foram responsáveis por infecções nos pacientes analisados. Isso mostra a necessidade de uma imunização direta nesse grupo de pacientes e, dentre as vacinas pneumocócicas disponíveis, a VPP23 foi aquela que apresentou a melhor estimativa de impacto (45,6%) na população estudada. |