Hiperplasia adrenal congênita por deficiência da 17alfa hidroxilase: uma doença subdiagnosticada. Elevada frequência de diagnóstico preliminar incorreto em uma grande coorte brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Batista, Rafaela Fontenele [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=3679638
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/46530
Resumo: A Hiperplasia adrenal congênita (HAC) por deficiência da 17alfa-hidroxilase é uma doença possivelmente subdiagnosticada no Brasil e provavelmente no resto do mundo. Na coorte brasileira, houve mais de 90% de diagnósticos iniciais incorretos. Ainda assim, é a forma mais frequente de HAC no Brasil, atrás da deficiência de 21-Hidroxilase; ? A hipertensão arterial sistêmica está presente em mais de 90% dos pacientes na apresentação inicial, fazendo com que a hipertensão essencial seja o diagnóstico inicial mais citado (51,7%), tanto isolado como associado a outras possibilidades; ? As manifestações relacionadas a hipocalemia, presente em quase 90% dos pacientes na apresentação inicial, levam a uma variedades de diagnósticos improváveis relacionados à doenças neurológicas e músculo-esqueléticas, como miopatia inflamatória, polineuropatia periférica, poliradiculoneurite, distrofia simpático-reflexa e síndrome vaso-vagal; ? Mais de 70% dos pacientes são impúberes ao diagnóstico (Tanner I), induzindo ao diagnóstico de disgenesia gonadal pura, citado em 34,4% dos pacientes, seguido de síndrome de resistência androgênica (nos pacientes XY), em 20,7%; ? A alta frequência de erros diagnósticos está relacionada à raridade da doenças e ao relativo desconhecimento de sua fisiopatogenia, associado ao fato de os sintomas cardinais não surgirem obrigatoriamente num mesmo momento; as manifestações clínicas isoladas permitem um vasto leque de diagnósticos diferenciais mais conhecidos; ? A baixa disponibilidade de acesso a dosagem de determinados esteroides, associada à baixa solicitação de exames críticos (cariótipo, US pélvico), impede ou atrasa a definição diagnóstica da doença; ? Finalmente, as manifestações clínicas de hipertensão de padrão mineralocorticoide (hipocalemia e renina baixa) somadas a ausência de características sexuais secundárias e amenorreia (com níveis elevados de gonadotrofinas de progesterona) são fortes evidências para a suspeição e diagnóstico da doença; ? Por se tratar de uma condição de herança autossômica recessiva, o diagnóstico final é confirmado pela identificação de mutações no gene CYP17A1, permitindo assim a investigação de outros membros da família.