Produção acadêmica sobre Educação de Jovens e Adultos (2000- 2010)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Caio Cabral da [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
EJA
Link de acesso: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/49770
Resumo: Esta pesquisa teve como objeto de estudo a produção acadêmica com a temática da educação de jovens e adultos (EJA), desenvolvida nos programas de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) com nota igual ou superior a 5 na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), defendida entre 2000 e 2010. O objetivo foi compreender a EJA no Brasil a partir de um resgate histórico e legal das principais campanhas, programas e projetos de âmbito federal entre 1947 e 2018. Entre os autores que constituíram o referencial teórico da pesquisa, destacam-se: Maria Clara Di Pierro, Osmar Fávero, Sérgio Haddad e Vanilda Paiva, na reflexão sobre EJA; Celina Souza, Fernanda Matos e Reinaldo Dias, na discussão acerca de políticas públicas; Dilmeire Vosgerau e Joana Romanowski, sobre tipos de estudos de revisão na área da Educação; Antonio Gramsci para pensar Estado, hegemonia e relações de poder. Trata-se de estudo bibliográfico e documental com utilização de fontes primárias, secundárias e terciárias. Desenvolveram-se uma revisão de literatura sobre EJA e um estudo sobre o Programa Nacional de Integração da Educação Básica com a Educação Profissional na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (Proeja) que se aproxima da revisão sistemática. Dentro do recorte teórico-metodológico adotado, foi analisada a produção acadêmica do período entre 2000 e 2010. Com base na leitura dos resumos, foram analisados 72 trabalhos (50 dissertações e 22 teses) sobre EJA e, a partir da leitura integral, dez trabalhos (nove dissertações e uma tese) sobre o Proeja. Identificaram-se, nos trabalhos analisados, os objetivos, a metodologia, o referencial teórico, as conclusões (principais achados) e as contribuições para o debate, com o intuito de evidenciar as principais tendências, abordagens e referenciais adotados, para sistematizar as contribuições das pesquisas do período. Constatou-se a predominância de pesquisas qualitativas, análise documental e entrevista como instrumentos de pesquisa e, nas conclusões, fortes críticas ao repasse de verbas públicas ao setor privado por meio de parcerias público-privadas e indicação da necessidade de maior comprometimento do Estado com políticas públicas educacionais para jovens e adultos. Nas conclusões dos trabalhos sobre o Proeja, destacam-se o despreparo profissional e o preconceito por parte de alguns agentes implementadores e das instituições, o reforço do estereótipo de fracasso escolar e reprodução da desigualdade social, o distanciamento da prática com as diretrizes do programa e a dificuldade na compreensão das especificidades de uma política voltada à integração da educação básica com a educação profissional na modalidade EJA; contudo, indicaram-se consideráveis avanços com o Proeja enquanto política pública e que, em certa medida, o programa contribui para a retomada da cidadania de parcela de excluídos do sistema escolar tradicional. Conclui-se que a EJA não tem sido protagonista na agenda de políticas públicas no Brasil e que há um longo percurso para se efetivar o direito à educação.