Abordagem da violência intrafamiliar contra crianças e adolescentes pela rede de instituições públicas que trabalham com menores de 18 anos no município de Embu/SP.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Barbour, Flavia Fusco [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/23133
Resumo: Introdução: O mapeamento de instituicoes da rede publica para verificar os recursos disponiveis em municipios brasileiros, para lidar com casos de violencia intrafamiliar contra criancas/adolescentes, e extremamente necessario para nortear acoes em politicas publicas. Objetivos: Mapear todas as instituicoes do municipio de Embu/SP que trabalham com criancas/adolescentes, a fim de verificar como atuam frente a violencia intrafamiliar contra criancas/adolescentes. Metodos: No periodo de junho/2006 a maio/2007, profissionais treinados entrevistaram coordenadores de todas as instituicoes da rede publica do municipio de Embu/SP que trabalhavam com criancas/adolescentes. Um questionario estruturado, desenvolvido pela equipe de pesquisa, abordou os seguintes topicos: identificacao de casos entre a clientela institucional nos ultimos 12 meses, inoperancia institucional (nao atendem e nem encaminham os casos identificados), existencia ou nao de profissional preferencial para atendimento dos casos (verificando sua profissao), receptividade institucional para receber sensibilizacao ou capacitacao e oferta de capacitacao aos funcionarios nos ultimos cinco anos. Resultados: Em 2006/2007, o municipio contava com 142 instituicoes trabalhando com criancas/adolescentes, estando estas distribuidas nos seguintes setores: Saúde (13,4%), Educacao (64,1%), Justica (0,7%), Social e Cidadania (17,6%), Seguranca (3,5%) e Conselhos de Direito (0,7%). A Saúde apresentou um alto indice de identificacao de casos nos ultimos 12 meses (89,5%), enquanto a Educacao apresentou o menor indice de identificacao (45,0%). Cerca de ¼ do total de instituicoes nao tiveram nenhuma conduta diante dos casos identificados, ou seja, nem atenderam e nem realizaram qualquer encaminhamento. As maiores taxas de existencia de profissional preferencial foram verificadas nos Setores Saúde (47,3%) e Social/Cidadania (44,0%). A taxa de receptividade para sensibilizacao/capacitacao entre as instituicoes que nao dispunham de profissional preferencial foi extremamente alta (≥90,0%) em todos os setores. Considerando todos os setores, os profissionais que apareceram em destaque como preferenciais para lidar com questoes relacionadas a violencia intrafamiliar contra criancas/adolescentes foram o psicologo e o assistente social. Metade de todas as instituicoes recebeu capacitacao nos ultimos cinco anos, com destaque para o Setor Saúde (68,4%). As instituicoes cujas equipes receberam capacitacao/sensibilizacao tiveram o dobro da probabilidade de ter um profissional preferencial para lidar com casos de violencia, na comparacao com as instituicoes que nao capacitaram seus profissionais (OR=2,2; IC 95%: 1,1-4,5; p=0,028). Conclusao: O reconhecimento das vitimas de violencia intrafamiliar entre as criancas e adolescentes atendidos nas diversas instituicoes ainda precisa alcancar niveis mais elevados. Ainda e alta a taxa de inoperancia das instituicoes, na medida em que muitos casos nao recebem o devido atendimento ou encaminhamento. A taxa de receptividade das instituicoes para capacitacao e alta entre aquelas que nao dispoem de profissional preferencial. A capacitacao favorece a existencia de profissional preferencial responsavel pelo atendimento dos casos