Fatores associados ao desmame precoce em crianças indígenas de dois municípios da amazônia ocidental brasileira
Ano de defesa: | 2014 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=1688900 http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/46367 |
Resumo: | Entre as crianças indígenas a prática do aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade e complementado até dois anos, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde e Ministério da Saúde, não é bem conhecida. Objetivo: Analisar o aleitamento materno e a alimentação de crianças indígenas de zero a dois anos, residentes nos municípios de Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima no Acre, e identificar os fatores associados ao desmame precoce. Método: Estudo transversal realizado com 94 crianças e 91 mulheres indígenas, distribuídas entre as cidades de Cruzeiro do Sul (etnia Katukina) e Mâncio Lima (etnias Nawa, Nukini e Poyanawa). Os dados foram coletados no mês de outubro de 2013 e registrados em um instrumento construído especificamente para o estudo, contendo informações sociodemográficas e obstétricas da mãe, prática de aleitamento materno, características da criança e sobre a sua alimentação habitual. Para a análise estatística utilizou-se o software SPSS 16.0 for Windows, e em toda a análise foi adotado um nível de significância (?) de 5%. Para os fatores associados, utilizou-se um modelo de regressão logística. Esta pesquisa respeitou todos os princípios éticos que regem estudos envolvendo seres humanos. Resultados: Entre as 94 crianças, verificou-se que 57 delas estavam em aleitamento materno (60,6%). Dessas, a maioria estava em aleitamento materno complementado (73,7%); (12,3%) estavam em aleitamento materno exclusivo e predominante; e (1,8%) em aleitamento misto ou parcial. Em menores de seis meses o AME esteve presente em 35% das crianças. A mediana do desmame total foi de 12 meses e do desmame precoce, 5,5 meses. Não houve associação com as variáveis estudadas e o desmame precoce com exceção da etnia, em que a chance de desmame precoce entre as etnias Poyanawa, Nawa e Nukini, foi 3,7 vezes maior em relação a etnia katukina (IC 95% [1,496 - 9,318]. Os alimentos da dieta habitual das crianças foram representados por produtos industrializados e regionais. Entre estes, alimentos considerados não saudáveis e a falta de grupo de alimentos necessários e balanceados para uma adequada alimentação. Conclusão: As prevalências de AM encontram-se aquém das recomendações. A alimentação complementar das crianças não é adequada à idade, refletindo-se em uma situação preocupante. Esses dados mostram a necessidade de implementação de programas de incentivo ao AM e de orientação quanto a alimentação complementar entre a população indígena pesquisada. |