Efeitos precoces da cirurgia da insuficiência mitral orgânica crônica no remodelamento reverso e na função do átrio esquerdo: estudo com ecocardiografia tridimensional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Le Bihan, David Costa de Souza [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=2251289
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/48391
Resumo: A dilatação e a disfunção do átrio esquerdo estão associadas a pior prognóstico em várias situações clínicas, incluindo a insuficiência valvar mitral orgânica crônica. A ecocardiografia tridimensional permite avaliação mais acurada dos volumes atriais, bem como de sua função. Pouco se conhece sobre o comportamento dessas variáveis (volume e função atrial) em um período pós-operatório precoce de pacientes sintomáticos operados por insuficiência mitral orgânica crônica. O objetivo desse estudo foi elucidar esses aspectos, utilizando a ecocardiografia tridimensional. Método: A amostra foi composta por 43 pacientes com insuficiência mitral orgânica crônica, que foram estudados por ecocardiografia tridimensional antes e 30 dias após a correção cirúrgica dessa patologia (reparo valvar ou troca valvar por prótese biológica). Vinte indivíduos sem cardiopatia estrutural também foram estudados como controles. Foram obtidos os volumes atriais durante o ciclo cardíaco (máximo, mínimo e o volume antes da contração atrial) e, a partir desses volumes, as frações de esvaziamento atrial (total, ativa e passiva) foram calculadas. Resultados: Antes da cirurgia, os pacientes apresentaram maiores volumes atriais que os controles (p<0,001). Entretanto, as frações de esvaziamento atrial foram menores nos pacientes do que no grupo controle (p<0,01). Observou-se redução nos volumes atriais após a cirurgia e aumento na fração de esvaziamento atrial ativo, tanto naqueles que se submeteram ao reparo, quanto naqueles que se submeteram à troca valvar. A análise multivariada de regressão linear demonstrou que as variáveis independentemente associadas ao remodelamento reverso precoce do átrio esquerdo foram: pressão arterial diastólica pré-operatória (coeficiente= - 0,004; p=0,027), velocidade protodiastólica do anel mitral lateral, obtida com o Doppler tecidual antes da cirurgia - onda e' (coeficiente=xix 0,023; p=0,0076) e aumento do gradiente transvalvar mitral médio (coeficiente= - 0,035; p<0,001). Por outro lado, a análise de regressão logística demonstrou que apenas a onda e' se associou com o aumento da fração de esvaziamento atrial ativo (odds ratio=1,66; p=0,027). Conclusões: Em pacientes com insuficiência valvar mitral orgânica crônica, submetidos à cirurgia corretiva bem sucedida, observam-se precocemente remodelamento reverso atrial e aumento da função atrial ativa. A pressão arterial diastólica e a capacidade de relaxamento ventricular esquerdo antes da cirurgia (determinada pela onda e'), bem como o aumento do gradiente diastólico transvalvar mitral médio, são fatores relacionados com essas modificações.