Avaliação da qualidade das diretrizes clínicas para o cuidado em saúde mental na gestação: aplicação da ferramenta AGREE II

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Kawakami, Daniele Yukari [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/65852
Resumo: Introdução: As diretrizes clínicas (DC) são documentos que fornecem recomendações baseadas em evidências com o objetivo de otimizar o cuidado prestado ao paciente. Para que sejam confiáveis, seu processo de desenvolvimento deve ser transparente, o que é avaliado por instrumentos padronizados e validados. A qualidade é ainda mais importante quando a DC traz recomendações para situações para as quais há escassez de evidências, como no caso da gestação. Esse período é caracterizado por muitas alterações, tanto do ponto de vista físico e hormonal quanto psíquico, que resulta em maior susceptibilidade e que, consequentemente, é a fase em que pode haver maior chance de exacerbação ou manifestação de sintomas de transtornos psíquicos. Objetivo: Avaliar a qualidade das DC disponíveis com recomendações sobre o cuidado em saúde mental durante a gestação. Materiais e Métodos: Foi realizada revisão sistemática de DC, com busca sistemática nas bases MEDLINE (via Pubmed), Embase e repositórios específicos. Foram consideradas elegíveis DC elaboradas a partir de uma revisão sistemática, publicadas ou atualizadas a partir de 2015, com escopo relacionado à saúde mental e com pelo menos uma recomendação para a população gestante. A qualidade das DC incluídas foi avaliada com a segunda versão do instrumento Appraisal of Guidelines, Research and Evaluation (AGREE II), por três avaliadores independentes e previamente treinados. Discrepâncias de dois ou mais pontos nas notas de cada item do AGREE foram discutidas até obter consenso. Para considerar a DC como de boa qualidade metodológica foi dada maior relevância para os domínios 3 (Rigor de desenvolvimento) e 6 (Independência editorial), para os quais foi necessário escore igual ou superior a 60%. Resultados: Foi avaliada a qualidade metodológica de 38 DC, as pontuações medianas obtidas foram 81%, 60%, 66%, 86%, 37% e 69%, respectivamente. O domínio com a melhor pontuação foi clareza de apresentação, enquanto o domínio de maior déficit foi aplicabilidade. A maioria dessas DC (31; 81,6%) foi elaborada por países/regiões desenvolvidas e por sociedades profissionais ou organizações governamentais. Uma das condições mais frequente foi o transtorno depressivo, escopo de nove DC. Entre todas as DC avaliadas, 17 foram classificadas como de alta qualidade metodológica, mas ainda assim apresentavam limitações em alguns domínios como envolvimento de partes interessadas e aplicabilidade. Quinze DC foram classificadas como de média qualidade metodológica. Entre essas DC, oito apresentaram pontuações muito próximas da estabelecida para ser considerada como de alta qualidade. Seis DC foram classificadas como de baixa qualidade metodológica e de forma geral apresentaram limitações em todos os domínios. Conclusão: Apesar de identificar várias DC de alta qualidade contendo pelo menos uma recomendação sobre o cuidado em saúde mental de gestantes, a maioria ainda carece de melhoria nos processos de elaboração/relato para que pudessem obter melhor pontuação, sobretudo nos escores que avaliam questões de implementação e representatividade na equipe de elaboração.