Estudo clínico, randômico e controlado sobre o efeito da transiluminação no sucesso da cateterização intravenosa periférica em crianças

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Santos, Luciano Marques dos [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/65003
Resumo: Introdução: A cateterização intravenosa periférica (CIP) é frequentemente realizada em crianças hospitalizadas, sendo um desafio para os profissionais de enfermagem alcançar o sucesso deste procedimento na primeira tentativa. As diversas tentativas de cateterização ocasionam estresse, dor, sofrimento, ansiedade e depleção da vasculatura periférica. Por isso, a transiluminação da pele poderá melhorar a visibilidade da veia e posibilitar o sucesso da CIP, contribuindo com melhores desfechos clínicos e assistenciais. Objetivos: Comparar o efeito da transiluminação no sucesso da CIP em crianças hospitalizadas em relação ao método clínico tradicional; analisar se a visibilidade da veia na primeira tentativa de CIP é modificada com o uso da transiluminação, comparada ao método clínico tradicional; identificar o número de tentativas de cateterização até a obtenção do acesso, segundo transiluminação e método clínico tradicional e verificar se o uso da transiluminação reduz o tempo para visualizar, selecionar, cateterizar a veia e obter o acesso intravenoso em crianças hospitalizadas. Método: Trata-se de um ensaio clínico, randômico, controlado, paralelo e aberto, realizado em um hospital pediátrico privado de Feira de Santana, Bahia, Brasil, entre junho de 2020 e junho de 2021, após aprovação do mérito ético (3.234.517) e registrado no Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (RBR-838r987). Para a operacionalização do ensaio clínico, uma equipe de cuidados clínicos em terapia intravenosa foi qualificada para a aplicação dos protocolos e tecnologias relativas a CIP por meio de onze estações teóricas e sete práticas. A partir do cálculo amostral foram recrutadas para o ensaio clínico 310 crianças, 155 alocadas aleatoriamente no grupo intervenção (cateterização realizada com a transiluminação da pele com o Venoscópio IV Plus®) e 155 no grupo controle (cateterização pelo método clínico tradicional). Foram calculados os riscos relativos e seus respectivos intervalos de confiança de 95%, empregando-se o teste Qui-quadrado, Exato de Fischer ou Teste T de Student, nível de significancia de 5%. Curvas de sobrevida foram calculadas pelo método de Kaplan-Meier e estimadas diferenças com os testes de Log-rank, Breslow e Tarone-Ware rank, com nível de significância de 5%. Resultados: Os grupos foram homogêneos em relação à maioria das características investigadas, exceto nas variáveis sexo (p=0,022), dominância lateral (p=0,006), preparo das crianças até 12 meses de idade para a CIP (p=0,026), formato da veia na primeira tentativa (p<0,001) e intervalo entre a punção venosa anterior para coleta de sangue e a cateterização atual (p=0,048). As veias foram mais visíveis com a transiluminação (p<0,01; Risco Relativo=1,17; IC95%=1,10-1,25). No entanto, a média de número de tentativas não diferiu entre os grupos (p=1,000). No grupo intervenção o percentual de sucesso da CIP foi de 69,7% e no grupo controle 71%, mas sem diferença estatística significante (p=0,804; Risco Relativo=0,98; IC95%=0,85-1,13). A média de tempo para visualizar e selecionar a veia (p<0,001) e para a obtenção do acesso intravenoso na primeira tentativa de cateterização (p=0,002), assim como do tempo global destas intervenções com o Venoscópio IV Plus® foi menor em comparação às do grupo controle. As curvas de sobrevivência dos dois grupos foram significativamente diferentes entre si. Conclusão: O percentual de sucesso da CIP não sofreu efeito da transiluminação comparado ao método clínico tradicional, porém a intervenção testada reduziu o tempo de visualização e seleção da veia e de obtenção do acesso intravenoso na primeira tentativa de cateterização, assim como o tempo total destas ações.