Análise genômica e filogenética da resposta terapêutica não sustentada em pacientes hemodialisados infectados pelo vírus da hepatite C

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Arrais, Teresa Cristina de Oliveira Maia [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/21403
Resumo: Introdução: A infecção pelo vírus da hepatite C (HCV) apresenta alta prevalência entre pacientes em hemodiálise, sendo uma importante causa de morbi-mortalidade nesta população. A aquisição do HCV continua a ocorrer em unidades de hemodiálise e está relacionado principalmente com a transmissão nosocomial. O tratamento da hepatite C, com interferon em monoterapia, entre pacientes em hemodiálise, apresenta resultados satisfatórios. Entretanto, um número considerável de pacientes apresenta resposta não-sustentada à terapia. Objetivo: Avaliar se a resposta não sustentada em pacientes infectados pelo HCV em hemodiálise, corresponde a uma recidiva da infecção ou a uma reinfecção com outras cepas virais. Materiais E Métodos: Foram avaliados 15 pacientes em hemodiálise, que eram soronegativos para HBV e HIV, sem história de alcoolismo e uso de drogas injetáveis. Foram incluídos os pacientes que foram tratados com IFN-alfa 3 MU, 3 x/sem por 12 meses e que apresentaram resposta não sustentada (HCV-RNA negativo no 12o mês e positivo no 6o mês pós-tratamento). Quatro pacientes foram incluídos com infecção aguda pelo HCV. Amostras de soro foram coletadas antes do tratamento (T0), ao final do tratamento (T12) e 6 meses após o seu término (T18). A análise da genotipagem foi realizada no T0 e T18 usando o Inno-LiPA HCV II e o seqüenciamento da região NS5B. Uma árvore filogenética foi construída usando os programas Mega e Treeview. Resultados: Antes do tratamento, os respondedores não sustentados apresentavam: genótipo 1a em 8 pacientes (53%), 1b em 4 (27%), 3a em 2 (13%) e 4a em 1 (7%). No período T18, 5 pacientes (33%) mudaram de genótipo: de 1b para 3a (1 caso), 1b para 1a (1), 4a para 1a (1), 1b para 2a (1) e 1a para 2a (1). Um resultado discordante entre o Inno-LiPA e o sequenciamento do NS5B foi encontrado em um paciente. A infecção pelo HCV1a foi detectada com Inno-LiPA em T0 e T18, enquanto a análise filogenética da região NS5B demonstrou uma alteração do HCV1b em T0 para HCV1a em T18. Conclusões: Este estudo permitiu demonstrar, por meio da mudança de genótipo em 5 de 15 pacientes hemodialisados com resposta não sustentada ao tratamento da infecção crônica pelo HCV, que existe possibilidade de reinfecção após o tratamento, uma vez que os pacientes permanecem expostos a ambiente de risco de transmissão da infecção. Estudos futuros de clonagem viral devem ser feitos para complementar estes achados, no sentido de avaliar a real magnitude da reinfecção e dimensionar adequadamente as medidas a serem adotadas para evitar este tipo de ocorrência.