Formações pejorativas prefixais no português brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Oliveira, Caroline da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/62412
Resumo: Esta dissertação tem como objetivo descrever e analisar formações prefixais que possuam interpretações pejorativas, ou seja, interpretação em que há expressão de conceitos negativos e/ou desvalorizados por determinado grupo social, tais como: encaralhar, desumano e incomível, a fim de analisar a contribuição dos prefixos para a interpretação pejorativa e a relação gerada entre a morfologia e a semântica. Considerando o conceito de fase (Cf. ARAD, 2003, MARANTZ, 2001), alomorfia contextual (Cf. EMBICK, 2010) e alossemia contextual (Cf. MARANTZ, 2013), buscamos compreender, descrever e analisar como ocorre o licenciamento entre determinadas bases e determinados prefixos e se algum prefixo possui maior tendência a se unir a bases pejorativas, formando palavras com leitura pejorativa, tal como ocorre com os sufixos, -ento e –ice, por exemplo, que são mais frequentes em formações pejorativas (Cf. MINUSSI; OLIVEIRA; 2018). Ou seja, investigamos se prefixos fazem ou não uma seleção rígida e, caso façam, quais são os critérios para essa seleção, se categoriais (FIGUEIREDO SILVA; MIOTO, 2009) ou semânticos (MEDEIROS, 2010. Seguindo os pressupostos teóricos da Morfologia Distribuída (Cf. HALLE; MARANTZ, 1993; MARANTZ, 1997), selecionamos um corpus de 69 palavras e aplicamos testes para verificar a pejoratividade nessas formações. Como objetivo mais geral, buscamos descrever e formalizar o processo que desencadeia a leitura pejorativa e o acesso ao conhecimento enciclopédico. A partir dos resultados dos testes aplicados, observamos que o prefixo em si mesmo não possui valor pejorativo; a pejoratividade está atrelada à polissemia da palavra e a um sentido abstrato já presente na raiz que é formalizado através da multiplicidade de n’s que licencia múltiplas interpretações para formações advindas de raízes polissêmicas, sendo um n [+concreto] e um n [+abstrato], o que está mais ligado à pejoratividade, de modo que o prefixo pode ser considerado o contexto para a atuação desse traço.