Desenvolvimento de drogas antiangiogênicas a partir de heparinas quimicamente modificadas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Augusto, Bianca Oliveira [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/67456
Resumo: Introdução: A angiogênese, formação de novos vasos sanguíneos a partir de uma vasculatura preexistente, é um processo fisiológico, como também, um mecanismo chave no desenvolvimento algumas patologias, entre elas, a degeneração macular relacionada à idade (DMRI). A DMRI é uma doença ocular crônica que afeta a região central da retina, a mácula, sendo uma das principais causadoras de cegueira em países industrializados, e ocorre devido a um desequilíbrio entre fatores anti e pró angiogênicos. A heparina, um glicosaminoglicano sulfatado, é um importante anticoagulante usado na clínica e apresenta capacidade de se ligar e modular diferentes moléculas, inclusive as moléculas envolvidas no processo angiogênico. Objetivos: O presente trabalho teve como objetivo investigar a atividade anticoagulante e o papel antiangiogênico da heparina 6-O-dessulfatada, uma heparina quimicamente modificada, em modelos in vitro e in vivo, como também avaliar sua ligação com o fator de crescimento FGF-2. Métodos: A heparina 6-O-dessulfatada foi sintetizada e caracterizada. A atividade anticoagulante foi avaliada por meio de ensaios TP e TTPa. Os ensaios in vitro foram investigados através da viabilidade celular, proliferação e migração celular, assim como formação de estruturas do tipo tubo endotelial em células endoteliais da aorta de coelho (RAEC), e ensaios de viabilidade e proliferação celular em células do epitélio pigmentar de retina humana (ARPE 19). Os ensaios in vivo foram realizados através da neovascularização da coroide induzida por laser (CNV), em ratos Zucker magros (CEUA 9900220818) e analisados em microscópio de fluorescência. A investigação da ligação da heparina com o FGF-2 foi realizada pelo ensaio de estabilidade térmica de proteínas. Resultados: A heparina 6-O-dessulfatada apresentou baixa atividade anticoagulante quando comparada a heparina não fracionada. A heparina modificada também não apresentou efeito citotóxico em células RAEC e, nas células ARPE-19, não apresentou efeito significativo na viabilidade celular, bem como na proliferação celular. Contudo, foi observada uma redução significativa na proliferação, migração e formação de estruturas do tipo tubo endotelial nas células RAEC. Além disso, a heparina modificada também mostrou uma redução significativa na área de CNV entre todas as doses testadas. A heparina modificada também apresentou estabilidade térmica de 85,5º C na interação com o FGF-2. Conclusão: Os resultados obtidos permitem concluir que a baixa atividade anticoagulante da heparina 6-O-dessulfatada somada a atividade antiangiogênica significativa dessa heparina modificada a elevam a uma forte candidata a fármaco no tratamento da DMRI.