Laser de CO2 e radiofrequência fracionados e microablativos no tratamento da síndrome genito urinária da pós menopausa: estudo clínico randomizado. LARF braço 1

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Nogueira, Maria Cristina Caceres [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/65372
Resumo: Objetivo: comparar a resposta clínica e as modificações no índice de maturação vaginal e nas características histo-morfométricas do tecido vaginal após os tratamentos: estrogenioterapia tópica (ET), laser de CO2 fracionado microablativo (LCO2) e radiofrequência fracionada microablativa (RF) em mulheres com síndrome genitourinária da pós-menopausa (SGUM) moderada a grave. Métodos: foram incluídas mulheres que classificassem pelo menos uma das seguintes queixas na Escala Visual Analógica (EVA) como de intensidade 4 ou mais: ardor, desconforto, secura, fissuras, prurido, falta de lubrificação, dispareunia, apagamento de pregas, perda de turgor e de trofismo. As pacientes selecionadas responderam ao questionário de qualidade de vida em incontinência urinaria (IQOL), assinaram o termo de consentimento e foram submetidas a exame ginecológico padronizado para cálculo do Índice de Saúde Vaginal (ISV), além de coleta de raspado vaginal para obtenção do Índice de Maturação Vaginal (IMV) e biópsia de terço superior de parede vaginal lateral para avaliação de características do epitélio e do estroma. Os dois patologistas responsáveis por estas avaliações eram cegos quanto ao grupo da paciente em análise e quanto ao tempo de tratamento dela. Após, as participantes foram randomizadas para um dos três grupos de tratamento: ET, LCO2 ou RF. O grupo ET consistiu no uso domiciliar de Estriol creme por via vaginal na dose de 0,5mg durante 14 dias consecutivos e, após, duas vezes por semana em dias alternados, por quatro meses. Nos grupos LCO2 e RF foram realizadas três sessões de laserterapia ou de radiofrequência vulvovaginais, respectivamente, com intervalos mensais. Trinta dias após a última sessão de LCO2 ou RF ou após 120 dias de uso de ET, as pacientes foram submetidas à reavaliação dos mesmos parâmetros aferidos inicialmente. Quarenta e oito mulheres concluíram o estudo: 12 no grupo ET, 21 no grupo LCO2 e 15 no grupo RF. Resultados: As mulheres apresentavam características demográficas e clínicas semelhantes nos três grupos na condição pré-intervenção. Houve melhora relevante e estatisticamente significativa na sintomatologia clínica expressa pela redução da nota do EVA (p<0,001) e pelo aumento no score do IQOL (p=0,013) comparando-se o estado pré ao pós- tratamento nos três grupos. O índice de saúde vaginal aumentou de forma relevante estatisticamente também (p<0,001). Não houve mudança relevante estatisticamente no índice de maturação vaginal após as intervenções realizadas (p=0,158). Somente 22.9% das mulheres apresentavam atrofia citológica antes dos tratamentos. Delas, foi observada melhora em 1/4 (25%) no grupo LCO2, 1/3 (33,3%) no RF e em 3/4 (75%) no ET. Comparando-se os três grupos entre si quanto à avaliação histológica pré-tratamento, somente 1 paciente (2%) apresentava redução de número de camadas epiteliais além de maturação reduzida; outras 5 (10,4%) pacientes apresentavam somente a maturação reduzida. Todos esses parâmetros normalizaram após os tratamentos: 4 LCO2, 1 RF, 1 ET. Não foi observada alteração da vascularização estromal pré ou pós-tratamento. A presença de papilas epiteliais antes e depois do tratamento se manteve equilibrada (p>0,05). A espessura epitelial pré em comparação com o estado pós não apresentou mudança estatisticamente relevante (p>0,05). Nenhuma injuria à estrutura histo-morfométrica da mucosa vaginal foi identificada pós-tratamento. Além disso, nenhum evento adverso importante foi relatado. Conclusão: o LCO2 e a RF se mostraram equivalentes ao ET no tratamento da SGUM. O uso de energia não trouxe dano à mucosa vaginal, ou seja, não houve alteração estrutural do tecido, o que fala a favor da segurança da aplicação destas tecnologias no tecido vaginal para tratamento a SGUM.