Laser de CO2 fracionado no tratamento da síndrome geniturinária da menopausa
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://app.uff.br/riuff/handle/1/28413 http://dx.doi.org/10.22409/ppgcm.2020.m.07049856673 |
Resumo: | Introdução: A Síndrome Genitourinária da Menopausa (SGM) é um conjunto de sinais e sintomas que compreende dispareunia, perda da lubrificação vaginal, sangramentos, incontinência urinária e infecções genitourinárias recorrentes. Mais da metade das mulheres experimenta alguns desses sintomas na senescência, cujo tratamento envolve o uso contínuo de terapia hormonal e/ou lubrificantes e hidratantes vaginais. No entanto, esses tratamentos têm baixa adesão, seja pela necessidade de uso regular, seja pela contraindicação de hormônios. O uso intra-vaginal do laser de CO2 tem sido aventado como tratamento alternativo com baixo índice de efeitos adversos ou contraindicações, mas faltam substratos que endossem seu uso, como a correlação clínica com histologia e imunohistoquímica. Objetivo: Avaliar os benefícios do laser de CO2 Femilift® (Alma Lasers, Israel) no tratamento da SGM; esclarecer provável mecanismo de ação, correlacionando a melhora clínica às alterações microscópicas encontradas; e investigar efeitos adversos. Materiais e Métodos: Quatorze mulheres sintomáticas para a SGM e sexualmente ativas, participaram do estudo. Aplicou-se questionários de função sexual (Female Sexual Function Index - FSFI) e incontinência urinaria (International Consultation on Incontinence Questionnaire Short Form - ICIQ-SF) antes e 1 mês após o término do protocolo de tratamento, constituído por 3 sessões do laser de CO2 com intervalo médio de 30 dias. Nesses dois momentos foram realizados exames especulares ginecológicos com avaliação clínica pelo Índice de Saúde Vaginal (VHIS), análise do pH, e biópsia da parede vaginal. O material foi avaliado nas técnicas hematoxicilina/eosina (HE), ácido periódico Schiff (PAS), picrosirius, orceína e imunohistoquímica (IHQ) para colágenos I e III. Efeitos colaterais e segurança foram investigados. Resultados: Após o tratamento, houve melhora significativa no FSFI (de 12,36 ± 10,74 para 18,82 ± 11,87, p<0,01), no ICIQ-SF (11,50 ± 6,52 para 4,77 ± 6,04, p<0,01) e no VHIS das pacientes (13,14 ± 2,77 para 17,42 ± 3,14 com p < 0,01). Ao HE, observou-se aumento no número de camadas epiteliais totais (11,33 ± 1,67 para 13,67± 1,49, p=0,015) e superficiais (de 1,39 ± 0,84 para 3,25 ± 1,41, com p=0,01). O PAS não mostrou aumento no número de camadas de células epiteliais ricas em glicogênio, mas houve melhor distribuição em camadas mais superficiais após o tratamento. À análise do picrosirius, houve aumento de fibras colágenas do tipo III (10.86 ± 7,66 para 16.87 ± 3,96, com p<0,05) e diminuição na proporção de fibras tipo I (de 68.29 ± 9,57 para 61,4 ± 7,66, p<0,05). Além disso, as fibras colágenas sofreram um rearranjo estrutural, tornando-se mais finas, homogêneas e paralelamente distribuídas. Não houve diferença na contagem das fibras elásticas. O estudo imunohistoquímico confirmou apenas o aumento do colágeno III (de 26 ± 8,98 para 36,05 ± 5,8, p<0,01), com diminuição da proporção colágeno I:III (de 1,85 ± 0,43 para 1,26 ± 0,14, p=0,001). Conclusão: A eficácia do laser de CO2 Femilift® no tratamento da SGM pode estar relacionada à renovação epitelial e ao remodelamento do tecido conjuntivo que ele promove, com reversão da atrofia vaginal e neocolagênese. A segurança pôde ser inferida com a ausência de efeitos adversos graves. |