Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Sant'Ana Leal, Monielle [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/69271
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Resumo: |
O Diabetes mellitus (DM) é caracterizado por alterações metabólicas que envolvem defeitos da secreção e/ou ação da insulina, sendo responsável por diversas complicações, como a cicatrização deficiente. Em pessoas diabéticas, a cicatrização fica prejudicada principalmente pela resposta inflamatória exacerbada. Estudos do nosso grupo de pesquisa demonstram que o peptídeo Ac2-26 derivado da anexina A1 (AnxA1) está envolvido na regulação da inflamação e no processo de cicatrização. Com estas considerações, nosso objetivo foi desenvolver um hidrogel de carboximetilcelulose (CMC), associado ao AnxA12-26, e avaliar sua eficácia em modelo experimental de lesão cutânea após indução do diabetes tipo 1 (DM1). A análise do hidrogel/AnxA12-26 foi realizada por meio de caracteres organolépticos (aspecto, cor, odor e pH), ensaio de citotoxicidade, espectroscopia UV-Vis para avaliar o perfil de absorção e emissão de fluorescência do peptídeo. As lesões cutâneas foram realizadas em camundongos machos C57BL/6, não diabéticos e diabéticos, nos períodos de 3, 7 e 14 dias (n=5/grupo). Os seguintes aspectos foram avaliados: peso e glicemia; análises macroscópicas; histopatológicas dos tecidos cicatriciais e adjacentes; imunofluorescência das expressões das citoqueratinas CK10 e CK15; imuno-histoquímicas dos macrófagos (ED-1), da metaloproteinase da matriz (MMP-9), da AnxA1 e do fator de crescimento endotelial vascular (VEGF). As dosagens das citocinas IL-4, IL-10, TNF-α e MCP-1 foram analisadas pelo Multiplex Magpix. O hidrogel/AnxA12-26 apresentou características organolépticas e pH quando refrigerado, mantendo o meio úmido ideal para a cicatrização e desbridamento autolítico. O ensaio in vitro de citotoxicidade do hidrogel mostrou biocompatibilidade, enquanto a espectroscopia UV-vis confirmou a presença do peptídeo associado na matriz tridimensional, constituindo um produto absorvente que interage com o exsudato da ferida. No modelo animal, o uso da estreptozotocina (STZ) para induzir DM1 foi eficaz, demonstrado pelo aumento dos níveis de glicose no sangue e perda de peso 30 dias após indução. Após lesão e tratamento com hidrogel/AnxA12-26 as avaliações macroscópicas e histológicas mostraram evolução da cicatrização, regeneração tecidual indicada pelo grau de maturação por expressão de Ck10 e de células-tronco epidérmicas por Ck15 e aumento na deposição das fibras colágenas na derme. O tratamento hidrogel/AnxA12-26 mostrou redução nas expressões de MMP-9, AnxA1, ED-1 e intensa imunorreatividade do VEGF na derme, indicando importante papel imunomodulador do peptídeo. A aplicação tópica do hidrogel nas feridas foi efetiva, pois diminuiu os mediadores pró-inflamatórios (TNF-α, e MCP-1) e aumentou os anti-inflamatórios (IL-4 e IL-10). Em conjunto, nossos resultados mostram a eficiência da formulação hidrogel/AnxA12-26, indicando que sua composição é biologicamente compatível e eficiente na cicatrização de feridas diabéticas, contribuindo assim para a ampliação do arsenal terapêutico no tratamento das lesões cutâneas e, adicionalmente, de custo viável. |