Avaliação das propriedades cicatrizantes do extrato de Garcinia brasiliensis e modulação da proteína Anexina A1 em modelo de lesão cutânea

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Souza, Helena Ribeiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/217509
Resumo: O uso de plantas medicinais remonta à antiguidade. Com o advento da ciência moderna, vários compostos químicos dessas plantas foram identificados e suas aplicações e eficácias comprovadas. No entanto, existem muitas plantas medicinais usadas por populares em diversas partes do mundo ainda pouco investigadas. Dentre essas espécies, encontra-se a Garcinia brasiliensis, planta de porte arbóreo nativa da América do Sul, conhecida por suas propriedades anti-inflamatórias e antitumorais e estudada em algumas condições clínicas. Nesse trabalho, o objetivo foi identificar alguns compostos do metabolismo secundário da G. brasiliensis, testar a atividade antioxidante e citotoxicidade de soluções extrativas da planta, bem como, avaliar essas soluções em lesão cutânea ainda pouco explorada, em modelos in vivo e in vitro. Para isso, folhas de espécime da G. brasiliensis foram coletadas, secadas e trituradas para serem infundidas em etanol 70%. Após retirada do etanol dessa solução extrativa foi obtido o Extrato Puro (EP), do qual, por meio de fracionamento líquido-líquido, foram produzidas as Frações Acetato de Etila (FAE) e Hexânica (FH). EP, FAE e FH foram pesquisados para verificação da presença de terpenos, compostos fenólicos e alcaloides por meio de testes colorimétricos e cromatográficos (HPTLC), enquanto, a atividade antioxidante foi avaliada por meio da descoloração do radical livre DPPH. A citotoxicidade das amostras em diferentes concentrações foi analisada em teste de hemólise em solução glicosilada (5%) de sangue humano (4%) e em teste in vivo/in ovo da membrana corioalantoide de ovos de Gallus gallus fertilizados. Os resultados dessas análises indicaram a presença de compostos de interesse farmacológico no EP e FAE e baixa citotoxidade nessas amostras, que foram submetidas a teste de suas propriedades microbicidas contra Staphylococcus aureus. Embora somente EP tenha apresentado atividade microbicida em concentração maior que 50%, a presença de compostos metabolicamente ativos, alta capacidade antioxidante e baixa citotoxicidade da FAE foram importantes para seleção dessas duas soluções extrativas para o modelo de lesão cutânea. Desse modo, EP e FAE foram incorporadas em formulações, que após testes de estabilidade, foram testadas em feridas de 5 mm no dorso de ratos Wistar, infectadas ou não com S. aureus (25 µL 105). Após o tratamento tópico de 6 dias, EP e FAE demonstraram controlar o processo de formação de prurido, modularam a expressão da proteína Anexina A1, relacionada ao processo inflamatório, e reduziram a quantidade de células imunomarcadas para Gasdermina-D, relacionada ao processo de morte celular piroptótica, e aumentaram a expressão de MCP-1. Em conjunto, os dados mostram importante perfil anti-inflamatório bem como potencial terapêutico do EP e da FAE no processo de regeneração cutânea, inclusive em lesões infectadas.