Redução de danos (RD): suas implicações e contradições no Centro de Atenção Psicossocial " Álcool e outras Drogas ( CAPS-AD) de Santos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Souza, Rafael Ferreira de [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=7488662
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/52367
Resumo: Inicialmente voltada para a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (IST) em usuários de drogas injetáveis (UDI), a Redução de Danos (RD) amplia suas ações buscando minimizar as consequências prejudiciais do uso de substâncias psicoativas. Com a Política para a Atenção Integral a Usuários de Álcool e Outras Drogas (2003), do Ministério da Saúde, a RD migra para o campo da saúde mental e se torna diretriz dos Centros de Atenção Psicossocial – Álcool e Outras Drogas (CAPS-AD). Considerando a importância desse tema para a prática do cuidado, a presente pesquisa teve o objetivo de investigar como os profissionais da equipe multidisciplinar do CAPS-AD de Santos/SP compreendem a RD e quais ações desenvolvem nessa perspectiva. Para o alcance dos objetivos foi realizada pesquisa-intervenção com produção de dados por meio da realização de dois grupos focais com 11 profissionais de 5 profissões/funções diferentes, atuantes há mais de 1 ano no CAPS-AD do município e por meio dos relatos de experiência do autor como Acompanhante Terapêutico (AT) do serviço. Os dados produzidos foram analisados por meio da análise de conteúdo do tipo temática e as categorias construídas transformadas em capítulos divididos em dois grupos: implicações e contradições. A pesquisa indicou que a Redução de Danos é entendida pelos profissionais participantes da pesquisa como paradigma e como prática de cuidado em saúde, realizada por meio de ações voltadas para a autonomia e autocuidado dos usuários. No entanto, coexistem diferentes concepções de RD e diferentes práticas, mesclando posturas emancipatórias, que apostam na autonomia dos usuários, com posturas mais proibicionistas e ações pautadas pelo paradigma da abstinência, como os encaminhamentos às Comunidades Terapêuticas, as parcerias com os grupos de mútua ajuda e a medicamentalização. As diferentes perspectivas de RD refletem as divergências e disputas entre as políticas de drogas, as concepções científicas e as demais forças que atravessam e influenciam o modo como a sociedade aborda a questão das drogas, que se atualizam na prática dos profissionais do CAPS-AD. A pesquisa indica que se faz necessário o aprofundamento da reflexão em equipe da perspectiva de redução de danos adotada, levando em consideração os usuários e os contextos em que as ações seinserem, de modo a trabalhar com as contradições e enriquecer a prática de cuidado.