Mulheres que vivem com HIV/Aids: adesão e autonomia promovem saúde?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Pereira, Ester Freitas [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/61234
Resumo: A pandemia de HIV/Aids teve o seu ápice na década de 1980 com o crescente aumento dos casos de infecção nas Américas, especialmente nos Estados Unidos, e foi se disseminando para o restante do mundo. As pessoas acometidas pela infecção, em sua maioria, eram jovens do sexo masculino e homossexuais. Santos, onde essa pesquisa foi realizada, é uma cidade-chave e permanece até hoje como referência para as políticas públicas de controle à epidemia por dar respostas concretas e eficazes, como a criação do primeiro Programa Municipal de Saúde Pública em combate à aids, quando a cidade era conhecida como “A Capital da aids”, na década de 1980. As questões das mulheres que vivem com o vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), e com a AIDS (Acquired Immunodeficiency Syndrome ou Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), e as singularidades relacionadas à autonomia, a adesão ao tratamento e às suas ações são temas de muita relevância na sociedade contemporânea. Esta pesquisa tem como objetivos: analisar a adesão e autonomia de mulheres em situação de vulnerabilidade social, que vivem com HIV/Aids e são usuárias do Serviço de Atendimento Especializado para Adultos (SAE-Adulto) na cidade de Santos; conhecer como se organiza e opera o SAE-Adulto em relação às políticas públicas de direitos e benefícios assistenciais para mulheres que vivem com HIV/Aids; identificar como as questões de gênero, classe social e raça incidem no tratamento e na relação com os serviços de saúde e investigar os motivos pelos quais as mulheres com HIV/Aids buscam e mantém o tratamento. A pesquisa é de abordagem qualitativa e os dados foram produzidos por meio de pesquisa documental, narrativas das mulheres e diários de campo. Foram analisados fatores que incidem na vida das MVHA, as questões de raça, gênero e classe as quais afetam de forma concreta os seus cotidianos, não apenas relacionadas ao serviço de saúde. Nas narrativas, as mulheres relatam que desejam melhorar a sua saúde, independente da cesta básica que recebem e que manteriam seus tratamentos mesmo sem ela, ao contrário da hipótese inicial que considerava que as mulheres só aderiam ao tratamento a fim de receber o benefício. Constatou-se neste estudo a importância da perspectiva da promoção da saúde ao incluir outros saberes e olhares para produção social da saúde, e colocar em questão, valorizando o lugar de fala dessas MVHA, protagonistas da sua vida e do seu tratamento. Observou-se que quanto mais redes as mulheres produzem tornam-se mais autônomas em suas decisões. Assim, fortalece-se a capacidade individual e coletiva para lidar com multiplicidade dos determinantes de saúde.