Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Rocha, Ana Kleyce Correia [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11600/71655
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Resumo: |
OBJETIVO: Demonstrar que o TP iniciado a partir de uma carga viral ≥ 2.500 UI/ml não aumenta os desfechos relacionados ao CMV em receptores de transplante de rim, quando comparado com o tratamento de qualquer viremia positiva, mas reduz eventos adversos relacionados à exposição ao antiviral. MÉTODOS: estudo de coorte retrospectiva que incluiu receptores de transplante de rim de doador falecido transplantados entre julho de 2012 a fevereiro de 2020 no programa de transplante de rim da SBIBAE. Em 1 de dezembro de 2015 a equipe assistencial modificou o limite de carga viral de CMV (RT-PCR) para início do TP de > 180 UI/ml (era 1) para ≥ 2.500 UI/ml (era 2), desenhando assim um experimento natural. O tempo de acompanhamento foi de até um ano após o transplante. O desfecho primário foi a leucopenia grave com necessidade de filgrastim durante o tratamento antiviral e os desfechos secundários de eficiência foram doença ou doença invasiva pelo CMV e de segurança a recidiva. Variáveis numéricas foram comparadas por teste U de ann-Whitney e variáveis categóricas e desfechos binários por teste X2. Adicionalmente, a cinética da carga viral durante o tratamento foi avaliada por estimativas de equações generalizadas, com ajuste por teste de Bonferroni. RESULTADOS: Dos 347 pacientes transplantados no período, 158 foram incluídos no estudo. Eles tinham 51,9 anos, 57,6% eram homens, 58,9% brancos e realizaram transplante após 4,1 anos em diálise. Os doadores tinham 45,0 anos, 19,6% eram de critério expandido, a perfusão foi híbrida em 86,1% e o tempo de isquemia fria foi de 33 horas. A dose acumulada de timoglobulina foi de 325 mg, distribuídas em 4 doses; 56,3% tiveram atraso na função do enxerto. Utilizando o critério de cada era, apenas 13 pacientes (8,2%) não fizeram tratamento para o CMV: 21,5% tiveram doença, 3,5% doença invasiva e o restante era assintomático. O tratamento foi realizado com Ganciclovir em 32,7% e Valganciclovir em 67,6%. Do total de pacientes, 34 eram da era 1 e 124 da era 2, não havendo diferenças na demografia de receptores e doadores de acordo com as eras. As frequências de primeira infecção pelo CMV, doença e doença invasiva foram de 94,1%, 15,6% e 3,1% na era 1 versus 91,1% (p=0,57), 25,7% (p=0,17) e 3,5% (p=0,69) na era 2. O tempo entre o transplante e o início do tratamento, a frequência de uso de Valganciclovir (vs. Ganciclovir IV) e o tempo de tratamento foram significativamente maiores na era 2:29,5 vs. 35 dias (p=0,04), 72,6 vs. 50% (p=0,02) e 28 vs. 21,5 dias (p=0,04) respectivamente. Por outro lado, houve uma frequência menor de recidivas na segunda era: 37,7 vs. 62,5%, p=0,02. Houve uma tendência de redução na frequência de necessidade de filgrastim após a mudança do protocolo, passando de 28,1% para 14,0% (p=0,06). Durante o tratamento antiviral, considerando a carga viral no início do tratamento como referência, houve uma redução de 0,49 log UI/ml ao fim da primeira semana de tratamento (p=0,003) e de 1,02 log UI/ml ao final da segunda (p<0,001). Apesar dessa redução consistente, 68,3% dos pacientes apresentaram redução inferior à 1 log UI/ml durante as primeiras duas semanas de tratamento, e esse comportamento não foi diferente entre as eras. CONCLUSÃO: uma estratégia mais liberal para o início do TP para reduzir os riscos relacionados ao CMV não aumentou a frequência de eventos relacionados ao CMV, mas demonstrou uma tendência de redução à evento adverso relacionado ao antiviral. |