Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Chagas, Flávio da Silva [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/67161
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Resumo: |
No dia 11 de janeiro de 1890 nasceu José Oswald de Sousa de Andrade, na recém-formada República Federativa do Brasil. Oswald de Andrade, como é conhecido, formou-se em Direito e se tornou escritor e poeta, produzindo peças teatrais, livros e jornais. Foi um dos agitadores da Semana de Arte Moderna ocorrida em 1922, escreveu o “Manifesto da Poesia Pau-Brasil” e o “Manifesto Antropofágico” e suas ideias influenciaram movimentos posteriores, entre eles a Tropicália, movimento surgido na segunda metade da década de 1960, em plena ditadura militar. Cem anos após o nascimento de Oswald de Andrade, uma homenagem foi iniciada e inaugurada no bairro da República em São Paulo, local onde residiu o homenageado. O mural foi projetado e desenvolvido pelo artista plástico Antonio Peticov. Peticov, filho de um pastor batista de descendência búlgara e de mãe brasileira, ainda na adolescência buscou fora de seu rígido lar cristão a sua formação intelectual, se tornando artista e agitador cultural. Além das artes plásticas, atuou na formação de bandas, produziu eventos e se envolveu com o movimento Tropicalista. Em 1970, foi preso pelo uso e divulgação da Dietilamida do Ácido Lisérgico, e após voltar à liberdade, buscou o exílio e encontrou refúgio em Londres, no lar de Gilberto Gil, também exilado. Peticov seguiu uma carreira artística internacional, obtendo sucesso e popularidade e habitando em Milão e Nova Iorque. Em 1989, no Brasil, Peticov recebeu dois convites inesperados: primeiro para produção de uma obra de arte em um espaço de alguma estação do Metrô de São Paulo e o segundo para homenagear o já citado centenário de nascimento de Oswald de Andrade. O segundo convite surgiu como tema e referência para escolha do local. Na sequência, desenvolveu os primeiros esboços e buscou patrocínio. Devido à posição da parede escolhida para a produção da obra em relação à visão obliqua do passante, Antonio Peticov decidiu usar a técnica de anamorfose. Os trabalhos feitos com esta técnica se tornam lúdicos, interagindo com o público, que deve se posicionar para ver a recomposição da imagem através de um ponto de vista ou até mesmo através de reflexos de cilindros. O mural produzido por Antonio Peticov faz parte dos projetos Ação Cultural e Arte no Metrô, nos quais obras de arte passaram a compor os espaços metroviários de forma permanente a partir de 1978, na estação Sé. Na sequência, outras obras surgem nos espaços metroviários, algumas com temas voltados para questões sociais e outras para esconder imperfeições arquitetônicas. No entanto, todas merecem atenção, mesmo que seja um olhar fugaz, daqueles que caminham apresados na cidade de São Paulo. Antonio Peticov se dedicou, estudou e aplicou neste mural símbolos que citam a história e a obra do homenageado, usando uma diversidade de técnicas que remetem à antiguidade ao contemporâneo, colocando em prática a antropofagia oswaldiana na produção do mural anamórfico o qual intitulou de “Momento Antropofágico com Oswald de Andrade”. |