Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Silva, Bruno Caetano Felipe da [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/67247
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Resumo: |
A presente dissertação dedica-se à análise dos efeitos de sentido do uso do sintagma nominal “ideologia de gênero” nos pronunciamentos de dois parlamentares, deputado federal Pastor Marco Feliciano e deputado federal Luiz Fernando, então filiados ao Partido Social Cristão (PSC) e Partido Progressista (PP), respectivamente. Os pronunciamentos ocorreram no dia 8 de abril de 2014, durante reunião da comissão especial destinada a proferir o segundo Plano Nacional de Educação (PNE). “Ideologia de gênero” foi repetidamente utilizado por parlamentares, que se denominam conservadores, para se referirem à inserção de assuntos relacionados ao sexo e gênero em determinadas disciplinas no contexto escolar. A fim de produzir as análises que apresentamos neste trabalho, utilizamo-nos do mecanismo de paráfrases como metodologia já aceita no campo da Análise de Discurso Francesa. Observamos, também, a necessidade de desenvolver um método próprio para armazenar as sequências discursivas pertinentes à nossa questão de análise, produzindo o que denominamos de “quadros de deslinearização de enunciados”. Tal ferramenta se mostrou útil na organização do corpus de análise, que, por sua vez, foi produzido segundo as formas definidas por Courtine (2009). Recuperamos, como “domínio de memória” (COURTINE, 2009) da educação sexual brasileira, a obra Didática da Educação Sexual, de Raul de Polillo. Esse livro, em três volumes e datado da década de 1970, descreve práticas e comportamentos para se manter “harmonia entre homem e mulher” (POLILLO, [197-], p. 88). Depreendemos, como resultado desta pesquisa, que “ideologia de gênero” foi utilizado para descrever apenas orientações sexuais e identidades de gênero que divergem dos sentidos que se inscrevem em uma formação discursiva conservadora (FDCons.) (KOGAWA; TEIXEIRA, 2020). Entendemos formação discursiva como “aquilo que, numa formação ideológica dada, isto é, a partir de uma posição dada numa conjuntura dada, determinada pelo estado da luta de classes, determina o que pode e deve ser dito” (PÊCHEUX, [1975] 2014, p. 147) e, ao mesmo tempo, aquilo que dá as evidências do que “cada um sabe” e simultaneamente “o que cada um pode ver” (COURTINE, 2009, p. 74). Tais sentidos sobre o sexo se inscrevem na FDCons. na correlação do discurso político e pedagógico com os saberes da biologia e são atravessados pelo discurso religioso cristão. |