Efeitos da administração repetida de zolpidem sobre as fases da memória em camundongos submetidos à restrição de sono

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Zanin, Karina Agustini [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=2682886
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/48097
Resumo: Objetivos: O zolpidem (Zolp) é um fármaco seletivo para a subunidade alfa1 dos receptores GABAA com propriedades hipnóticas. Há relatos que sua administração pode induzir efeitos amnésticos. Até o presente momento nenhum estudo avaliou os efeitos cognitivos do Zolp em modelos experimentais de insônia. O objetivo desta Tese foi verificar os efeitos da administração repetida de Zolp (ou de sua retirada) sobre o processo de aprendizado/memória em camundongos submetidos à restrição de sono (RS). Métodos: Os camundongos foram submetidos à RS pelo método de gentle handling. Após a RS, os animais foram tratados com Zolp. Os paradigmas comportamentais utilizados foram a esquiva discriminativa em labirinto em cruz elevado (ED-LCE), a esquiva passiva (EP), reconhecimento de objetos (RO) e discriminação social (DS). O padrão de sono também foi analisado por meio do registro eletroencefalográfico. Resultados: A privação aguda de sono por 6 h promove amnésia, que é tolerada após a repetição do protocolo por 10 dias. Por outro lado, enquanto um curto período de privação de sono (3 h) não modificou a memória quando da sua ocorrência aguda, a repetição por 10 dias foi efetiva em prejudicar o desempenho na tarefa de ED-LCE. Ainda, todos os protocolos de privação de sono aumentaram a expressão de c-fos na amígdala basolateral e no giro denteado, estrutura que parece estar relacionada aos efeitos cognitivos da RS. Na tarefa de ED-LCE, a RS (3 h por 10 dias) promoveu déficits de memória quando realizada anteriormente ao treino ou ao teste. O prejuízo pré-treino foi revertido pela administração aguda de Zolp ou pela retirada do tratamento. O prejuízo de evocação foi revertido apenas após o tratamento repetido com a droga. Ainda na ED-LCE, o antagonista beta-cct reverteu o efeito agudo promnéstico do Zolp em animais submetidos à RS, mas não foi capaz de mimetizar os efeitos da retirada do tratamento. Na EP, uma tarefa de grande conteúdo emocional, a RS não foi capaz de promover déficits de retenção independente do momento em que ocorre. Já em paradigmas não-aversivos (RO e DS), a RS promoveu déficits de memória em ambos os modelos. O déficit de memória na tarefa de RO foi abolido pela administração de Zolp. Por outro lado, apenas a administração aguda dessa droga reverteu o prejuízo de memória induzido pela RS observado na tarefa de DS. Com relação ao padrão de sono, o protocolo de RS se mostrou efetivo em aumentar a vigília e, consequentemente, em reduzir significativamente o sono de ondas lentas (SOL), o sono paradoxal e o tempo total de sono. A administração de Zolp aumentou o SOL em ambas as fases do ciclo, mas diminuiu o sono paradoxal. Nos animais restritos de sono e tratados com Zolp, houve um aumento de SOL e de sono paradoxal e se manteve elevado no rebote. Conclusão: Os achados da presente Tese demonstram a importância da validação de modelos experimentais de insônia bem como a avaliação dos efeitos do tratamento com Zolp em condições de RS, uma vez que os efeitos dessa droga podem ser discrepantes dependendo das condições de sono e do método de avaliação empregado.