Ocorrência de incapacidade física em hanseníase: uma análise epidemiológica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Fernandes, Denise Ortiz Hering [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=3024979
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/46769
Resumo: Estudos demonstram que cerca de 20% das pessoas acometidas ou tratadas pela hanseníase, podem apresentar incapacidades físicas e restrições psicossociais, chegando a necessitar de algum tipo de intervenção na reabilitação e/ou continuidade da assistência clínica. O reconhecimento das características manifestadas pelas incapacidades físicas, decorrentes da hanseníase é fundamental para ampliar a vigilância epidemiológica e ancorar as políticas públicas na área. Objetivo: Identificar as variáveis associadas à ocorrência das incapacidades físicas em pessoas que foram tratadas de hanseníase em uma área da regional sul de São Paulo. Método: trata-se de um estudo epidemiológico do tipo transversal para análise de pessoas diagnosticadas com hanseníase e a presença de incapacidades físicas associadas, na admissão e na alta medicamentosa, notificadas na Supervisão de Vigilância em Saúde (SUVIS) no distrito do Jabaquara, no período entre 2008 a 2011. As variáveis independentes investigadas foram: sócio-demográficas, clínicas, terapêuticas, laboratoriais e epidemiológicas. A avaliação da presença da incapacidade foi detectada pela a escala estabelecida pelo Ministério da Saúde (MS). Para a análise estatística foi utilizado o teste Quiquadrado considerando significantes valores de p? 0,05, teste Whole Model e Odds ratio. Resultados: foram identificados 130 casos, com predominância do sexo masculino (52%), faixa etária entre 30 a 39 anos (28%), 54,6% eram ocupados segundo Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), 46% da raça parda, 55% foram atendidos na unidade do Jabaquara, 39% tinham ensino fundamental completo e 29% eram moradores da região do Tremembé. A forma clínica dimorfa foi a mais frequente (44%) entre os casos novos diagnosticados, e a classificação operacional de destaque foi a multibacilar (74%). A maioria dos pacientes recebeu alta por cura. No diagnóstico, 46% dos pacientes apresentaram grau zero de incapacidade física, 34% grau I e 16% grau II, na alta medicamentosa esse número elevou-se para 47%, 26%, e 19% graus zero, I e II, respectivamente. Temeroso apontar que no diagnóstico 7,7% dos pacientes não foram avaliados. Resultados da análise de associação não mostraram diferenças estatísticas, apontando apenas a maior proporção de incapacidades funcionais na classificação operacional multibacilar. Houve estabilidade de grau de incapacidade (p<0,0001). Na unidade de atendimento geral havia somente um profissional médico e uma enfermeira e não dispunha de uma equipe multidisciplinar o que contribuiu com evolução para piora do grau de incapacidade (p=0,0215). O grau de incapacidade aumenta com a idade (p=0,0128) e com o número de lesões cutâneas que o paciente apresenta (p=0,0066). O conhecimento dos fatores relacionado à incapacidade física na hanseníase e sua possível evolução durante o tratamento demonstra a relevância deste estudo e evidenciam a necessidade de um maior controle no registro correto do preenchimento das informações das notificações do SINAN e maior monitoramento dos pacientes com risco para desenvolver incapacidades.