Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Ramos, Daniela Sena
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Orientador(a): |
Conceição, Cristiano Sena da
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Banca de defesa: |
Conceição, Cristiano Sena da
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Santana, Rejane Conceição
,
Gresik, Karla Rocha Carvalho
,
Ribeiro, Nildo Manoel da Silva
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Processos Interativos dos Órgãos e Sistemas (PPGORGSISTEM)
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Departamento: |
Instituto de Ciências da Saúde - ICS
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39107
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Resumo: |
Doença infecciosa crônica, a hanseníase tem como agente etiológico o Mycobacterium leprae (M. leprae). É transmitida pelas vias aéreas superiores de pessoas infectadas com a forma multibacilar, sem tratamento, que liberam gotículas do bacilo. O M. leprae tem tropismo por células cutâneas e nervos periféricos, podendo cursar com incapacidades físicas. A verificação dos graus de incapacidade física (GIF), no momento do diagnóstico e na alta por cura, permite avaliar a qualidade do acompanhamento oferecido pelos estabelecimentos de saúde e o potencial incapacitante da doença. De notificação compulsória, seu registro é obrigatório no Sistema de Informação Nacional de Agravos de Notificação (SINAN), embora a incompletude dos dados e as falhas na notificação gerem obstáculos na avaliação dos serviços, no planejamento de ações e no controle da doença. Estudos mostram que o estado da Bahia apresenta o quinto pior desempenho na avaliação do GIF do país. Pela alta prevalência no estado, faz-se necessária a particularização da avaliação do GIF na região Sul da Bahia. Objetivos – Identificar as incapacidades físicas graus 1 e 2 e fatores associados à sua ocorrência, na população acometida por hanseníase, nos municípios que compõem a Base Operacional de Saúde de Ilhéus do Núcleo Regional de Saúde Sul do Estado da Bahia, na série histórica de 2010 a 2022. Material e métodos – Trata-se de um estudo ecológico e transversal, que utiliza dados secundários do SINAN. A amostra foi composta por 608 casos novos de hanseníase diagnosticados no período de 2010 a 2022 nos municípios da Base Operacional de Saúde de Ilhéus. As variáveis observadas foram: sexo, idade, raça, escolaridade, zona, forma clínica, grau de incapacidade física no diagnóstico e na alta por cura, classificação operacional, número de nervos comprometidos e reação. Foi calculada a frequência relativa e realizada a associação pelo teste qui-quadrado de Pearson das variáveis com o GIF 0 e os GIF 1 e 2, no momento do diagnóstico e na alta por cura. Resultados – Constatou-se o predomínio de homens com idade acima de 15 anos, pretos-pardos, da zona urbana e com escolaridade acima da 4ª série completa, com forma clínica dimorfa, multibacilar, com até 1 nervo comprometido e sem reação. Observou-se que 19,73% dos GIFs dos casos novos não foram avaliados no diagnóstico, 46,88% não foram avaliados na alta por cura e apenas 46,71% foram avaliados nos dois momentos. Encontrou-se associação entre o GIF 1 e 2 (ter incapacidade) com as variáveis sexo, nervos comprometidos, classificação operacional e reação no diagnóstico e com as variáveis nervos comprometidos, escolaridade, sexo e reação na alta por cura. Um percentual de 2,79% piorou, 4,11% evoluíram e 39,80% mantiveram-se estáveis na análise da evolução do padrão dos GIFs no diagnóstico e na alta por cura. Conclusão – Constatou-se a ocorrência de incapacidades físicas graus 1 e 2 em população acometida pela hanseníase nos municípios que compõem a Base Operacional de Saúde de Ilhéus, associada ao sexo masculino, com dois ou mais nervos comprometidos, desenvolvimento de reação e baixa escolaridade. A notificação e o acompanhamento da evolução dos GIFs 1 e 2 é baixa, sinalizando a precarização do monitoramento da hanseníase no Sul da Bahia. |