Avaliação da crioglobulinemia em portadores de infecção crônica pelo vírus da hepatite C

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Paganelli, Samela Ester Rosique [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5265155
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/50091
Resumo: Introdução: A crioglobulinemia (CG) representa uma das principais manifestações extrahepáticas fortemente associada à infecção pelo vírus da hepatite C (HCV). A frequência de CG na hepatite C e o perfil de pacientes com hepatite C e CG variam amplamente, dependendo da região estudada. Objetivo: Identificar a prevalência de CG e sintomas da CG em pacientes com hepatite C e comparar aqueles com e sem CG de acordo com características, clínicas, epidemiológicas, laboratoriais e histológicas. Material e métodos: Entre 2000 e 2015, portadores de hepatite C crônica com pesquisa de CG por método qualitativo (coleta de soro em condições aquecidas, refrigeração das amostras a 4oC por 72h e observação de precipitado reversível com o calor) foram comparados, de acordo com a presença ou ausência de CG e presença ou ausência de sintomas associados e quanto às características clínico-epidemiológicas, laboratoriais e histológicas. Para análise estatística, foram empregados o teste do Qui-quadrado ou exato de Fischer quando apropriado, teste T de Student e análise de regressão logística. Resultados: De um total de 450 pacientes com hepatite C crônica submetidos à pesquisa de CG, 111 (25%) apresentaram o teste positivo. Pacientes com hepatite C e CG (CG-HCV) apresentaram associação com HCV genótipo não- 1 (P=0,04; OR=2,23; IC=1,03-4,81) e atividade inflamatória mais intensa (A=3) (P<0,001; OR=3,3; IC=1,78-6,22). Pacientes com CG-HCV e HCV-genotipo não-1 eram mais novos, apresentaram com maior frequência fator de risco de transmissão não-parenteral e níveis de ALT mais elevados. Dos 111 pacientes com CG-HCV, 10% apresentaram sintomas associados. Os sintomas mais frequentes foram: púrpura (n=5), astenia (n=2), artralgia (n=2); neuropatia periférica (n=1), e glomerulopatia (n=1). Não houve diferença entre aqueles com CG-HCV sintomática e não sintomática, em relação a qualquer parâmetro clínico, laboratorial, histológico ou epidemiológico. Conclusão: A associação de crioglobulinemia com o genótipo não-1 do HCV pode indicar um possível papel direto do vírus na patogênese da manifestação extra-hepática. A presença de atividade inflamatória hepática mais intensa em pacientes com CG, talvez, possa afetar, de alguma forma, a história natural da hepatite C e que nesta condição a pesquisa da CG deva ser realizada, mesmo em pacientes assintomáticos, os quais representam a maioria dos casos.