Avaliação clínica e neurofisiológica da epilepsia nos pacientes com síndrome da zika congênita

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Barreira, Mariana Braatz Krueger [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/70428
Resumo: Introdução: A síndrome congênita do zika vírus (SCZV) é um padrão de anomalias congênitas associadas à infecção do zika vírus (ZIKV) durante a gestação. O espectro expandido desta anomalia inclui malformações neurológicas e não neurológicas, sendo de grande destaque, a epilepsia. Há ampla variação nas descrições de epilepsia, entre 9-88,3% dos pacientes. A hipótese dessa investigação é que a SCZV cursa com epilepsia, em frequência maior que a anteriormente documentada, com alterações possivelmente documentadas através de estudo com videoeletroencefalograma (VEEG) de 12 horas. Objetivo: Descrever as características da epilepsia na SCZV, através da avaliação clínica e eletrográfica. Metodologia: A avaliação foi realizada por meio de videoeletroencefalograma de 12 horas, no Hospital Universitário Walter Cantídio, e as características da epilepsia foram avaliadas através de questionário. Trata-se de um estudo não randomizado, transversal e de inclusão consecutiva, sendo os critérios de inclusão a SCZV confirmada e o seguimento no Hospital Infantil Albert Sabin. Resultados: Foram avaliados 12 pacientes com a SCZV, com idade média de 4,94 anos, oito do sexo masculino, todos grau V (transportados em cadeira de rodas manual) na classificação de função motora grossa (do inglês, “Gross Motor Function Classification System”, GMFCS) e onze (91,6%), com microcefalia ao nascimento. Todos os pacientes da amostra apresentaram epilepsia, com idade média do início das crises epilépticas de 12,4 meses. As crises mais comumente observadas foram: crise focal (91,6%), seguida por crise generalizada tônica, em 66,6%, e crise gelástica, em 25% da amostra. Três pacientes, entre dois anos e quatro anos, apresentaram crises reflexas quando posicionados em decúbito dorsal. A politerapia foi utilizada em 75%, e a monoterapia, em 16,6%. Quanto às características eletroencefalográficas, todos os pacientes apresentavam atividade de base desorganizada. Paroxismos epileptiformes interictais estavam presentes em 91,6%, sendo 66,67% ativados pelo sono. Foi flagrado em 66,67% crises eletrográficas e 41,67% estado de mal elétrico do sono. Conclusão: A frequência de epilepsia na população de crianças com SCZV confirmada é muito elevada (100% dos pacientes), com semiologia variada e frequentemente refratária, inclusive subclínicas e ativadas pelo sono, sendo importante avaliação eletrográfica mais prolongada e periódica.