Estudo das alterações cerebelares no modelo de epilepsia induzido pela pilocarpina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Faria, Leonardo Coutinho [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/20574
Resumo: A epilepsia do lobo temporal vem sendo amplamente investigada com diferentes técnicas tanto em pacientes como em modelos experimentais, entre os quais se destaca aquele induzido pela pilocarpina. Assim como as estruturas hipocampais têm sido apontadas como responsáveis pela gênese do foco epiléptico, o cerebelo vem sendo considerado como uma importante estrutura de caráter inibitório, desde a primeira observação feita por Russel em 1894. Este papel se deve à presença abundante de neurônios GABAérgicos no córtex e núcleos cerebelares, com função inibitória, entre os quais se destacam os neurônios de Purkinje (NP). Os estudos eletrofisiológicos in vitro demonstraram uma alteração no padrão de disparos espontâneos dos animais com epilepsia. Contrariamente aos controles, freqüentemente as células de animas com epilepsia não disparavam potencias de ação (PA) de forma espontânea. Outro fator importante foi à diferença de potenciação dos disparos espontâneos nos grupos controle e portador de epilepsia em resposta a análogo de óxido nítrico (NO). Camundongos portadores de epilepsia aumentaram a sua freqüência de disparo em relação à linha de base, porém, este aumento foi significativamente menor do que o observado no grupo controle. A concentração dos principais aminoácidos foi quantificada pela técnica de cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC). Os resultados revelaram diferenças significativas no cerebelo entre as fases aguda e crônica do modelo. As concentrações de aspartato (ASP), glutamato (GLU), taurina (TAU) e GABA, aumentaram na fase aguda. Durante a fase crônica do modelo, houve diminuição significativa das concentrações de todos os xiv aminoácidos testados. Também podemos observar um comportamento distinto ao compararmos as análises dos aminoácidos realizadas no cerebelo e as de estudo prévio no hipocampo. Através dos estudos anatômicos, constatamos que a fase silenciosa do modelo já induz perda dos neurônios de Purkinje, que é agravada pelo aparecimento das crises espontâneas recorrentes. Essas células também comprovaram ser bastante susceptíveis aos efeitos do envelhecimento e quando este se encontra associado à epilepsia, ocorre a morte de um número próximo a 50% do total de neurônios de Purkinje. De uma maneira geral, os resultados demonstram alterações estruturais e eletrofisiológicas no cerebelo de roedores com epilepsia. Estas lesões cerebelares são posteriormente agravadas pela ação das crises epilépticas recorrentes, o que possivelmente compromete a capacidade inibitória do cerebelo.