Correlações entre alterações microvasculares da retina e coroide medidas por tomografia de coerência óptica e angiografia por tomografia de coerência óptica com o tempo de doença, gravidade e déficit cognitivo na migrânea episódica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Oliveira, Lígia Barros de lattes
Orientador(a): Vale, Thiago Cardoso lattes
Banca de defesa: Cruzeiro, Marcelo Maroco lattes, Souza, Jano Alves de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Mestrado Acadêmico em Ciências Aplicadas à Saúde
Departamento: ICV - Instituto de Ciências da Vida
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17734
Resumo: A migrânea é reconhecida como um distúrbio neurovascular resultante da disfunção de núcleos hipotalâmicos e do tronco cerebral, com consequente modificação na excitabilidade cortical. A retina pode ser considerada uma extensão do sistema nervoso central. A espessura da retina e da coroide, medidas pela tomografia de coerência óptica (OCT), podem refletir as alterações neurovasculares na migrânea. Objetivo: Esse estudo propôs avaliar a relação entre as alterações identificadas nos exames de OCT e angiografia por tomografia de coerência óptica (OCTA) em pacientes com migrânea episódica com aura (MA) e migrânea episódica sem aura (MSA). Os indivíduos foram avaliados quanto a duração e a gravidade da doença, através do questionário Headache Impact Test-6 (HIT-6), bem como com avaliação cognitiva através do Montreal Cognitive Assessment (MoCA). Métodos: Trata-se de um estudo transversal no qual 32 olhos de 16 pacientes com MA e 30 olhos de 15 pacientes com MSA foram comparados com 32 olhos de 16 controles sem o diagnóstico de migrânea. As medidas das espessuras da camada de fibras nervosas da retina peripapilar (CFNRp), mácula total, complexo de células ganglionares (CCG), e da espessura da coroide foram avaliadas pela OCT bem como a densidade vascular superficial da mácula pela OCTA. Resultados: Diferenças estatisticamente significantes entre os grupos MA, MSA e controle em relação às camadas analisadas pela OCT e OCTA da mácula não foram encontradas. Menores valores de espessura coroide da fóvea e nas regiões superior interna, superior externa, temporal externa e da espessura média foram encontradas em indivíduos com migrânea quando comparados ao grupo controle (p < 0,05). A avaliação cognitiva dos pacientes em relação aos controles não determinou diferenças estatisticamente significativas. Entretanto, correlações inversas e estatisticamente significantes foram encontradas entre o tempo de doença e a espessura da mácula total (p = 0,037 na espessura média do grupo MSA), da CCG (p = 0,017 na espessura média do grupo MSA) e da coroide (p = 0,039 na espessura média do grupo MSA), bem como o valor do HIT-6 e a CFNRp (p = 0,027 na espessura média do grupo MSA). Conclusão: Indivíduos com migrânea, em comparação aos controles, apresentaram uma redução significativa na espessura da coroide. Nossos resultados demonstraram que, quanto maior o tempo de doença, menores são as espessuras da mácula total, da CCG e da coroide. Adicionalmente, a espessura da camada CFNRp apresentou uma correlação inversa com a incapacidade gerada pela migrânea. Os resultados deste estudo podem contribuir para a compreensão das alterações vasculares que ocorrem na migrânea.