Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Stolz, Camila [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/65486
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Resumo: |
Introdução: A displasia broncopulmonar (DBP), definida como necessidade de oxigenoterapia com 36 semanas de idade gestacional corrigida (IGc), é uma das principais morbidades decorrentes da prematuridade, acometendo 35% dos nascidos com peso <1.500g. A prematuridade é o principal fator de risco, porém há diversos fatores pré e pós-natais que comprometem o desenvolvimento normal do pulmão imaturo. A DBP ultrapassa o período neonatal, estando fortemente associada à necessidade de hospitalizações recorrentes, alteração no neurodesenvolvimento e à presença de morbidades pulmonares persistentes. No Brasil não há dados populacionais sobre a frequência da DBP e seus fatores associados. Objetivo: Avaliar a evolução temporal, entre 2010-2019, da frequência de DBP nos recém- nascidos pré-termo que sobreviveram no mínimo até 36 semanas de IGc e do desfecho combinado DBP ou óbito com 36 semanas de IGc, e analisar os fatores maternos e neonatais associados a esses desfechos. Método: Coorte retrospectiva com dados da Rede Brasileira de Pesquisas Neonatais (RBPN). Foram incluídos os nascidos nas 19 unidades participantes da RBPN entre 2010-2019, com idade gestacional entre 230/7 e 326/7 semanas e com peso de nascimento entre 400g e 1.499g. Foram excluídos os óbitos na sala de parto, os portadores de malformações congênitas, os nascidos em outras instituições, transferidos para outros hospitais até sete dias de vida e aqueles com dados incompletos. A evolução temporal dos desfechos foi avaliada pela regressão de Prais-Winsten. Foram utilizados modelos de regressão logística ajustados unicamente para centro de nascimento e ano de coorte e modelos multivariados com seleção retrógrada de variáveis consideradas clinicamente relevantes para a análise dos fatores associados a ambos os desfechos analisados. Resultados: Dentre 11.914 nascidos incluídos no estudo, 8.937 (75%) estavam vivos à alta hospitalar. A frequência de DBP nos sobreviventes foi de 20%, sendo constante ao longo do tempo (Annual Percent Change – APC: -0,48%; IC 95% -2,13;1,19%). A frequência de DBP ou óbito foi 40%, com uma redução de 0,89% a cada ano (APC -0,89%; IC 95% -1,48;-0,29%). As variáveis sexo masculino, ser pequeno para idade gestacional, presença de síndrome do desconforto respiratório, síndrome de escape de ar, hipertensão pulmonar, tempo de ventilação mecânica (<7, 7-14 e ≥15 dias), canal arterial tratado e sepse tardia tiveram associação com o viii aumento da DBP nos sobreviventes e o parto cesáreo com a sua diminuição. Para o desfecho DBP ou óbito, a presença de hemorragia materna, gestação múltipla, Apgar de 5o minuto <7, sepse tardia, enterocolite necrosante e HPIV somaram-se aos fatores associados ao aumento da DBP nos sobreviventes, elevando a chance de DBP ou óbito. Já o aumento da idade gestacional e o parto cesárea se associaram a uma menor frequência de DBP ou óbito. Conclusão: A frequência de DBP nos sobreviventes se manteve estável ao longo dos anos da coorte, enquanto o desfecho combinado DBP ou óbito apresentou redução, com ampla variação entre os centros. Alguns fatores estudados foram associados à DBP entre os sobreviventes e à DBP ou óbito, enquanto outros tiveram associação exclusiva com um dos dois desfechos, permitindo identificar diferenças entre ambos. |