Avaliação da associação entre Kidney Donor Profile Index, desfechos clínicos e terapia imunossupressora em receptores de transplante renal de doador falecido

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Foresto, Renato Demarchi [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/67971
Resumo: Introdução: O impacto do KDPI na taxa de filtração glomerular estimada (TFGe) após 1 ano do transplante, bem como em outros desfechos do transplante renal precisam ser mais bem elucidados na população brasileira. Ainda, não há dados sobre qual terapia imunossupressora melhor se adaptaria aos rins com KDPI elevado. Objetivo: Avaliar o impacto do escore KDPI nos desfechos clínicos ao final de 12 meses após o transplante renal. Metodologia: Estudo do tipo coorte histórica, de centro único, com análise de 3.059 transplantes renais de doador falecido realizados entre 2013 e 2017, com seguimento por 12 meses. Os pacientes foram divididos em 4 grupos, conforme faixas de KDPI (0-35%; 36-50%; 51-85%; 86-100%). Foi utilizado o modelo de regressão logística para análise dos preditores para TFGe <50 ml/min/1,73m2 ao final de 1 ano. O cálculo da TFGe foi feito através da equação CKDEPI. Os desfechos clínicos ao final de 1 ano considerados foram: TFGe, infecção por CMV, rejeição aguda, perda do enxerto e óbito. Foi realizada uma subanálise no grupo KDPI >85% comparando os mesmos desfechos entre 3 grupos conforme o regime imunossupressor: micofenolato vs. azatioprina vs. inibidor da mTOR (imTOR). Resultados: A TFGe reduziu conforme aumento do KDPI (64,8 vs. 53,5 vs. 46,9 vs. 39,1 ml/min/1,73m2; p<0,001). Na análise multivariada, os preditores de TFGe <50 ml/min/1,73m2 foram KDPI >35%, tempo de isquemia fria (OR=1,015; IC95% 1,003- 1,027; p=0,012), infecção por CMV (OR=1,214; IC95% 1,037-1,420; p=0,016) e rejeição aguda (OR=2,411; IC95% 1,942-2,993; p<0,001). Na subanálise do regime imunossupressor nos receptores de rins com KDPI >85%, a incidência de infecção por CMV foi menor no grupo imTOR (64,5% vs. 36,0% vs. 8,2%; p<0,001). Porém, comparado ao MPS, o uso de imTOR foi associado a menor TFGe (39,8 vs. 39,5 vs. 28,3 ml/min/1,73m2; p=0,009) e maior incidência de rejeição aguda (15,8% vs. 50,0% vs. 23,3%; p<0,001). Conclusão: O escore KDPI apresentou capacidade em predizer o desfecho de TFGe ao final de 1 ano. O regime imunossupressor contendo imTOR deve ser utilizado com cautela nos receptores de rins com KDPI >85%.