Reforma(s) do ensino médio: uma análise sociológica da cobertura feita pelo jornal Folha de S.Paulo (2016-2023)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Canesin, Eduardo Marangoni [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/72102
Resumo: O objetivo desta tese é analisar a cobertura feita pelo jornal Folha de S.Paulo (versão online) a respeito da reforma do ensino médio. Tal reforma foi proposta em 2016, via Medida Provisória, pelo presidente Michel Temer e aprovada pelo legislativo em 2017. Em 2023, foi suspensa pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o qual propôs um novo projeto, que alteraria a reforma aprovada anos antes. Para fazer esta análise, começo com a apresentação da reforma, comparando a proposta feita em ambos os momentos (2016-2017 e 2023). A seguir, apresento a quantidade de textos publicados pela Folha de S.Paulo sobre o assunto ao longo de sete anos e meio (de junho de 2016 a dezembro de 2023) e identifico os interlocutores chamados pelo jornal para falar sobre a proposta. Faço, então, a análise de todos os editoriais publicados, apresento panoramicamente as reportagens sobre o assunto e analiso de modo mais detido 14 delas, divididas em sete tópicos, comparando, nas páginas do jornal, 2016-2017 com 2023. O referencial teórico adotado é a teoria habermasiana da esfera pública e a proposta de Sociologia da Comunicação feita por Gabriel Cohn, pautada pela análise das mensagens produzidas. A metodologia se baseia na Análise Crítica do Discurso (ACD) de Van Dijk e de Thierry Guilbert. Após identificar e categorizar os elementos presentes nos discursos do jornal, os principais achados dizem respeito ao fato de se constatar uma mudança nos interlocutores ouvidos, em comparação com pesquisas anteriores sobre o tema, com a atual ênfase nas fontes da sociedade civil. Além disso, verificou-se que, pelos discursos construídos e veiculados, a Folha de S.Paulo atuou como empreendedora política em defesa de tal reforma, apresentando um contexto de crise acentuada para a educação e a economia, a reforma como inevitável para resolver tal crise e descaracterizando os opositores da política em questão.