Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Ferraz, Bruna Elias Parreira Lopes [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/65353
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Resumo: |
Introdução: O aumento da incidência de câncer na população mundial associado ao fato de as mulheres atualmente postergarem cada vez mais a gestação, tem levado a aumento crescente no número de pacientes com câncer na gravidez. A literatura define como câncer na gravidez quando a neoplasia maligna é diagnosticada no período da gestação ou até um ano após o parto. Por ser essa associação evento raro, 1 em cada 1000 gravidezes, não há na literatura ensaios clínicos randomizados sobre o assunto e os estudos disponíveis, são na sua maioria trabalhos retrospectivos, revisões sistemáticas ou relatos de casos. Objetivos: Analisar o perfil das pacientes atendidas no Setor de Neoplasias na Gestação do Hospital da Universidade Federal de São Paulo. Descrever os tipos de neoplasias malignas na gravidez mais frequentes e o tratamento oncológico empregado. Avaliar a resposta ao tratamento oncológico e sobrevida dessas pacientes assim como os desfechos obstétricos e perinatais de acordo com o tratamento utilizado. Métodos: Foi realizado estudo retrospectivo analítico de revisão de prontuários das gestantes com câncer na gravidez ou que engravidaram durante investigação/tratamento oncológico atendidas nesse serviço, no período de 01 de janeiro de 2008 a 31 dezembro de 2020, aprovado pelo CEP sob número CAAE 12770918.0.0000.5505. Os dados foram coletados nos prontuários físico, eletrônico, livro de parto do centro obstétrico e registros da neonatologia e inseridos em uma tabela criada para a pesquisa. Coletamos variáveis demográficas, clínicas, obstétricas e da neoplasia. A análise dos dados foram realizadas com o uso do software estatístico SPSS 20.0 e STATA 12. Resultados: Encontramos 39 pacientes com câncer durante a gravidez que foram divididas em dois grupos, Grupo 1 com 28 pacientes, aquelas que tiveram o diagnóstico da neoplasia na gravidez ou até 1 ano após, e Grupo 2 com 11 pacientes que estavam em investigação ou tratamento oncológico quando engravidaram. Os tipos de neoplasia mais encontrados foram de mama (G1=11, G2=3), colo de útero (G1=10, G2=3), hematológico (G1=2, G2=4), ovário (G1=2, G2=1), gastrointestinais (G1=2) e bexiga (G1=1). Os tipos de tratamento oncológico empregado foram cirurgia (N=11), quimioterapia (N= 21) e inadvertidamente, radioterapia em uma paciente. Vinte e cinco recém-nascidos nasceram no termo, houve um aborto tardio, um óbito fetal e um óbito neonatal. Trinta e dois recém-nascidos nasceram com peso adequado para a idade gestacional e 37 tiveram alta hospitalar. A indicação do parto nos recém-nascidos pré-termo foi obstétrica em oito casos (61,5%). A sobrevida global para cada tipo de tumor foi 54% no câncer de mama, 70% colo de útero, 100% hematológico, 50% gastrointestinal e 100% bexiga. E a sobrevida global de todos os tumores foi 70,9%. Conclusão: Ao contrário da literatura internacional encontramos o câncer de colo de útero como o segundo mais frequente na gravidez. A maioria dos nascimentos ocorreram no termo (65,8%) e recém-nascidos com peso adequado (86,5%). Apesar do tratamento oncológico durante a gravidez, houve 37 recém-nascidos com alta hospitalar acompanhados das mães. |