Coordenação do cuidado na atenção primária no âmbito da saúde da mulher: gravidez, câncer de colo uterino e de mama como marcadores
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil MEDICINA - FACULDADE DE MEDICINA Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/36733 https://orcid.org/0000-0003-2552-3468 |
Resumo: | Introdução: A coordenação do cuidado pela Atenção Primária à Saúde foi entendida pelo referencial teórico de McDonald et al. (2014). Para esses autores o atributo é composto por domínios que envolvem a capacidade que o profissional tem em se responsabilizar pela assistência ao paciente e quando necessário realizar o encaminhamento especializado, sem romper o vínculo inicial. No Brasil as equipes de saúde da família têm como atribuição o estabelecimento de vínculos permanentes com os usuários no nível local. Desse modo, os casos de gestação e cânceres de mama e de colo de útero são marcadores de coordenação do cuidado por envolverem o trabalho interno da Atenção Primária à Saúde, bem como a relação dela com os diferentes níveis de atenção. Objetivo: Compreender, na percepção dos gestores locais e membros das equipes de saúde da família como são realizadas as práticas de coordenação do cuidado para a abordagem da gravidez, do câncer de colo uterino e de mama. Métodos: O estudo adotou uma abordagem qualitativa. Os instrumentos de coleta de dados foram elaborados a partir de uma perspectiva etnometodológica, buscando compreender as práticas cotidianas de coordenação do cuidado. Quanto aos municípios participantes, foram selecionados: um município de pequeno porte do interior da região Norte, outro de médio porte do Centro Oeste e por fim uma capital também do Centro-Oeste. Desta forma, foram realizadas entrevistas em profundidade com gestores locais e grupos de discussão com membros das equipes de saúde da família. O material foi gravado, transcrito e submetido à análise de conteúdo alinhada aos domínios descritos por McDonald et al. (2014). As categorias finais encontradas foram: Coordenação do cuidado dentro da APS, Coordenação do cuidado entre APS e rede de atenção e Desafios e estratégias para coordenação do cuidado. Resultados: Foram encontradas ações de coordenação do cuidado melhores estruturadas no nível primário para os casos de gestação. Com responsabilidades bem definidas, estratégias para acompanhamento constante das gestantes, busca ativa e ações de educação e saúde. Os cânceres tiveram pouco espaço nessa primeira categoria, predominou a não responsabilização da APS pelo acompanhamento de mulheres em tratamento oncológico. No que diz respeito à relação com os outros níveis de atenção, o fluxo de encaminhamento para os casos de cânceres era através do SISREG para todos os municípios. Já as gestantes de alto risco a continuidade da atenção era alcançada por mecanismos informais. Quanto à comunicação, houve uma baixa interação entre os níveis de atenção. Os principais desafios foram cobertura profissional e integração da rede. Enquanto nas estratégias se destacaram o apoio do NASF, a organização de mutirões e o protagonismo dos profissionais. Conclusão: A coordenação do cuidado apresentou fragilidades, marcada pela baixa formalização de processos. Contudo, os casos de gestação apresentaram resultados mais positivos nas ações internas à Atenção Primária à Saúde. Como elemento comum, fortalecer fluxos entre diferentes níveis de atenção, especialmente de comunicação, pode contribuir para a consolidação do atributo no nível primário. |